segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Tratamento da Celpa vira caso de polícia

Vejam só.
Vejam como o consumidor em Belém deve ser mesmo um forte.
Mais forte do que o nordestino retratado por Euclides da Cunha.
Deve ser forte para enfrentar o desprezo desses call centers que existem por aí.
O leitor André Carim que o diga.
Ao aproveitar a postagem Apagão para relatar ao blog que grande parte do bairro de Batista Campos ficou sem energia durante o domingo, ele conta o tratamento que recebeu da Celpa.
Um tratamento tão desrespeito que o levou a registrar uma ocorrência policial.
Leiam abaixo o relator do leitor.

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Hoje [domingo), entre 07h30 e 15h, grande parte dos bairros de Batista Campos e do Jurunas, em especial as ruas Tupinambás, Apinagés e Padre Eutíquio, ficaram às escuras. Só consegui contato com o serviço 0800 da Celpa às 08h59min, estando o telefone o tempo todo ocupado, mesmo com dezenas de tentativas, quase que ininterruptas.
No primeiro contato, me disse o atendente que iria providenciar o atendimento imediato. Aproximadamente às 10h30, ainda sem energia, novamente consegui contato com a empresa, sendo-me informado que havia uma equipe trabalhando na esquina da Travessa São Miguel com a Padre Eutíquio, visando reparar um fio de alta tensão partido e o alimentador danificado, o que deveria ser feito em alguns minutos.
Por volta das 11h30, no terceiro e custoso contato, me foi dito que nada sabiam sobre o problema de falta de energia na área e que desconheciam o problema na esquina anteriormente citada. Quando perguntei ao educado atendente o que fazer, ele disse, na maior calma, que eu “deveria estar aguardando o retorno da energia”.
A proposta do atendente me soou tão cretina que fiquei sem reação imediata, limitando-me a agradecer pela sugestão brilhante, ditada no abominável gerúndio com que costumam se expressar os profissionais dos atendimentos telefônicos, quem sabe menosprezando o atilamento do consumidor que está do outro lado, buscando seu direito.
Às 13h, no quarto telefonema, cujo protocolo tive o cuidado de anotar (20213308), pelo abuso dos anteriores, foi-me dito que o problema realmente estava na esquina da São Miguel com a Padre Eutíquio e que a competente equipe estava na área desde as 9h, trabalhando incansavelmente para solucionar o problema. Desci os sete andares que separam meu apartamento da garagem e dirigi-me ao local, constatando que nada estava acontecendo lá, nenhuma equipe estava trabalhando na área, ou seja, nenhuma providência estava sendo tomada.
Suspeito, portanto, que o serviço call center da Celpa, ao invés de solucionar problemas, os empurra com a barriga, varrendo para baixo do tapete as reclamações e faz os consumidores de bobos, exatamente do jeito que me senti neste domingo.
Saí de lá e fui à Delegacia da Cremação, onde registrei boletim de ocorrência (00003/2010.001421-0) narrando o fato, classificado pelo escrivão como crime contra a relação de consumo. Amanhã[nesta segunda-feira], pretendo falar com a ouvidoria da Celpa, assim como registrar queixa na Aneel. As interrupções do fornecimento de energia na área são constantes e semanalmente sofremos com os péssimos serviços prestados pela concessionária.

3 comentários:

Anônimo disse...

A pergunta que não quer calar: Qual o objetivo da privatização da CELPA? Ah lembrei, melhorar os serviços da concessionária de energia...Taí a prova cabal que a privatização só serviu para ingetar dinheiro nos bolsos dos tucanos, os seviços pioraram e o dinheiro da privatização sumiu, ninguém sabe ninguém viu. Com a palavra a Srs. Almir Gabriel e Simão Jatene.

Anônimo disse...

Pois é, privatizaram um monopólio estatal para transformá-lo num monopólio privado e deficitário. Basta olharmos para cima e vermos que os cabos de alta-tensão estão velhos e as constantes quedas de energia. Sem contar as tarifas escorchantes. E os 450 milhoes da venda da CELPA? Onde foram parar?

Anônimo disse...

Será mesmo