Ao que tudo indica, vai terminar – ou começar, como queiram – na Justiça a queda de braço entre a OAB do Pará e os magistrados, depois que a Ordem fez, no início desta semana, o que denominou de uma blitz que teria flagrado, naquele dia, mais de 60% dos juízes de Direito ausentes de 147 das 153 varas existentes em todo o Estado.
O presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Pará (Amepa), juiz Paulo Vieira, informou há pouco ao blog, por telefone, que já está marcada para a próxima segunda-feira, às 18h, na sede da entidade, na Governador José Malcher, uma assembleia-geral em que os juízes poderão decidir pela propositura de uma ação por danos morais em decorrência da conduta de representantes da OAB.
“Temos vários colegas do interior que estão indignados e revoltados com isso. Uma delas, inclusive, já mandou formalmente um ofício à Amepa, requerendo a adoção de medidas judiciais. Vamos decidir sobre isso na segunda-feira”, reforçou Vieira.
Ele classificou de “furada” a relação de ausentes apresentada pela OAB em sua blitz. Mencionou, por exemplo, o caso da juíza de Itaituba, que foi incluída entre os que estariam fora da comarca, mas que estava lá. E tanto é assim que, segundo Paulo Vieira, a magistrada remeteu até atas de audiências que ela presidiu.
O presidente da Amepa citou ainda o caso de Tucuruí, que tem quatro juízes, mas apenas dois estavam presentes, segundo a blitz da OAB. Os dois ausentes, segundo Vieira, encontravam-se de fato fora da comarca porque estão de férias.
Vieira mencionou também o caso da juíza de Prainha. “Ela está revoltada. No dia em que a OAB foi lá e não a encontrou, é porque ela estava em Monte Alegre, comarca pela qual reponde, fazendo audiências. Foi e voltou de barco. Essa colega, inclusive, reside com sua família em Prainha. Estava trabalhando, portanto”, disse o presidente da Amepa.
Ação contra juízes - Um pouco antes de falar com o repórter, Vieira participou, no programa O LIBERAL CBN/Belém, conduzido por Cleiton César, de um debate ao vivo com o presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos.
Na ocasião, Jarbas reclamou que, mais uma vez, foi adiada uma reunião que a Ordem marcara para a próxima terça-feira, 2 de março, com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Romulo Nunes, para discutir este e outros assuntos.
Irritado, Jarbas ameaçou. Disse que, que se houver protelação por parte do TJE em receber a OAB, a entidade vai endurecer a parada. E ingressará com pedidos de processo disciplinar contra magistrados que trabalham na sistema que a Ordem classifica de “tqq” – ou seja, somente às terças, quartas e quintas.
O presidente da OAB considerou uma indignidade que magistrados, sobretudo e principalmente os do interior, ganhem valores que alcançam até R$ 20 mil – o que seria o salário mais alto na coletividade -, mas sejam contumazes em faltar ao trabalho.
6 comentários:
A OAB está de parabéns! Tem que peitar mesmo esses juízes que pensam que são deuses e que podem fazer tudo. Apoio total!
A situação parece grave,já que se for comprovado que esses magistrados foram injustiçados, quem vai pagar as contas pelas indenizações por danos de natureza moral será oab.pa, melhor serão os advogados via anuidade........
O presidente da Associação está atirando no escuro e, com isso, errando e muito. Está quew nem cego em tiroteio, senão vejamos:
1) Itaituba não entrou na contagem da lista da OAB, porque não tinha informação da seccional da Ordem até a hora da divulgação, ao meio-dia de segunda-feira.
2)Se a juiza de Prainha estava em Monte Alegre, então, é claro, que não tinha juiz em Prainha.
E se até o meio-dia a juiza ainda não tinha chegado em Monte Alegre, quem sabe ela ainda estivesse em deslocamento.
Que indenização o quê. Quem tem que indenizar a sociedade são juízes que não aparecem para trabalhar.
Querer inverter papéis nessa altura do campeonato é dose!
PARABENS à OAB. A sociedade paraense agradece a defesa de seus interesses. É um absurdo o que acontece, não só no interior como na Capital porque os juízes trabalham quando querem e na hora que qierem. Não respeitam os jurisdicionados. Agora que foram pegos, os juízes falam em danos morais, ora, para se falar em danos morais é preciso primeiramente que o AUTOR da AÇÃO tenha moral. Antes de ameaçar, o Presidente da AMEPA, deveria se preocupar em encontrar solução para o problema da jornada de trabalho (ou seria a falta de jornada), porque ele pensa que engana quem, com essas declarações? A sociedade sabe que a OAB tem razão, então porque não se faz umax onsulta aos jurisdicionados para que eles contem suas experiências (algumas bastante amargas), de quando precisaram recorrer ao Judiciário, porque, com certeza, muitos terão inúmeras histórias de ausências de juízes, promotores e defensores para contar.
O anonimo das !3:02, parece, q já postou a mesma preocupação em outro post. Fique tranquilo os advogados saberão arquir a excessão da verdade.
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