domingo, 7 de fevereiro de 2010

Maus policiais acabam com vidas de inocentes

No AMAZÔNIA:

A jovem Renata Modesto Ferreira, de 23 anos, ficou paraplégica e está vivendo - com dificuldades - da solidariedade das pessoas depois que foi baleada por um policial militar. O drama na vida de Renata não é um caso isolado. Mais de 2 mil processos apuratórios foram abertos pela Corregedoria da Polícia Militar só no ano passado por conta de denúncias contra PMs. A informação é da própria PM, que só não informa quantas dessas denúncias foram encaminhadas à justiça e se tornaram processos na esfera penal.
Deitada numa cama, na casa de uma amiga no Bengui, e usando uma sonda para fazer suas necessidades fisiológicas, Renata Ferreira diz que quer justiça. 'Eu só quero que esse policial pague pelo que ele fez comigo porque uma pessoa como ele não pode usar uma farda e andar armado porque ele pode fazer isso com outras pessoas', disse Renata, que também perdeu três dentes e teve o maxilar quebrado por causa dos dois socos desferidos pelo policial contra ela. Por causa das lesões na boca ela está usando um aparelho de ferro e está falando com dificuldades.
O crime ocorreu na tarde do dia 15 de janeiro deste ano. A vítima conta que foi a uma padaria próxima a sua casa, no bairro do Bengui, quando foi assediada pelo PM, que fez referência a sua beleza física. 'Eu só virei as costas e entrei na padaria. Ele veio atrás e passou a mão em mim (próximo aos seios). Eu reagi e o agredi. Ele, então me deu um soco, que eu caí em cima de minha amiga. Depois eu levantei, com dificuldades, e ele me deu outro soco, dizendo que era policial militar', lembra a vítima. 'Ele disse: ‘você não sabe com quem está falando. Eu sou PM e se eu fosse você eu corria’. Em seguida, pegou a bolsa e tirou uma arma de dentro. Eu fiquei apavorada e saí correndo e ele disparou dois tiros. No segundo eu não senti mais minhas pernas e caí', complementa.
Assustada com o que lhe aconteceu, Renata diz que ainda está 'zonza' com tudo que lhe aconteceu. 'Parece que a ficha ainda não caiu. Mas eu entrego tudo nas mãos de Deus porque Ele é justo e vai saber fazer justiça', disse a jovem.
Em nota enviada à redação do jornal Amazônia, a Polícia Militar informou que todos os mais de dois mil procedimentos apuratórios foram acompanhados em várias instâncias, 'de modo que a Corregedoria Geral da Polícia Militar do Estado do Pará encarregou-se de 308 inquéritos policiais militares, 1.154 sindicâncias, 719 PADS, 60 Conselhos de Disciplina e 12 Conselhos de Justificação'. Mesmo tendo sido solicitado pela reportagem, a nota não informa quantos desses procedimentos foram encaminhados à justiça e quantos resultaram em punições administrativas ou foram arquivados.
No entanto, segundo a nota, o comando da PM garante que os PMs com desvio de conduta são punidos. 'A Polícia Militar do Pará, composta de efetivo de mais de 13 mil homens, também sofre com desvios de conduta que assolam todas as classes profissionais, porém, nós extirpamos todos os casos comprovados depois do devido processo legal, mesmo tendo de ‘cortar na própria carne’', ressalta o coronel Dário Teixeira, Comandante Geral da Polícia Militar.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come"...O problema é crônico, não é de hoje. Ocorre que os comandantes não querem (ou não podem) que esses pms que cometeram crimes nas ruas saiam pois não existe substituição para eles. Já pensou?
A população está a mercê dos bandidos e dos bandidos fardados.
Tem PMs que responderam processos por homicidio trabalhando na corregedoria...hahahaha se não fosse trágico, seria cômico.

Alan Wantuir disse...

É meu caro amigo, ninguém se livra de maus policiais, eu mesmo que sou polcial civil fui agredido por um PM no dia 10.01 do corrente ano, não tive o mesmo destino dessa jovem. Que Deus Lhe dê a cura e a saída dessa situação.