No AMAZÔNIA:
O carnaval se aproxima e os brincantes começam a se organizar para entrar no clima do feriado regado à diversão e marchinhas. E em meio a tanta agitação, o comércio belenense tem muito a comemorar. Com o aquecimento das vendas e os preparativos de desfiles das escolas de samba, a geração de empregos temporários avança, assim como o aumento de vendedores ambulantes pelas ruas da cidade, que atendem aos foliões com a venda de bebidas, alimentos e fantasias de carnaval. 'Para o mercado informal, o carnaval é a segunda data mais importante do ano, só perde para o Círio, que movimenta mais de 2 milhões de pessoas na cidade', avalia o secretário municipal de economia (Secon), João Amaral.
De acordo com estimativa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese Pará), mais de 90% de todas as vagas de emprego geradas no período são temporárias e informais, ou seja, não são serviços de carteira assinada ou de longa duração. Apesar disso, a renda faturada por esses trabalhadores pode garantir o sustento familiar por meses. Este é o caso da costureira Maria Helena Amorim, 54 anos, que há quase três décadas trabalha na confecção de fantasias de carnaval no Grêmio Recreativo Jurunense Rancho Não Posso Me Amofiná, tradicional escola de samba do grupo especial de Belém.
Para a festa deste ano, Maria está em frente à máquina de costura desde outubro de 2009, chefiando cerca de 50 mulheres. Ela contabiliza, sozinha, a produção de mais de 5 mil fantasias nos últimos cinco meses. 'Recebo por cada peça confeccionada e devo ganhar R$ 4 mil nessa temporada de serviço', afirma Maria, que também desfila na escola há 20 anos e diz que não há nada melhor que trabalhar com algo que lhe dê alegria. 'Trabalhar no carnaval é algo de que não quero abrir mão. Damos forma e cor ao desfile, e nosso empenho por todos esses meses é para embelezar a avenida', diz.
Maria Helena é apenas uma de centenas de pessoas que trabalham nos bastidores do megaevento que é o carnaval. De acordo com Jango Vidal, presidente do Rancho, mais de 150 pessoas foram contratadas para trabalhar nos preparativos do desfile, entre carpinteiros, ferreiros, mecânicos, costureiras, decoradores e escultores, que irão levar para a avenida cerca de 2 mil brincantes. 'Todos eles são funcionários temporários remunerados e a maioria recebe semanalmente. A folha de pagamento ultrapassa R$ 7 mil. Por mês, gastamos cerca de R$ 30 mil só com pessoal', revela Jango.
Segundo o presidente da agremiação, todo o dinheiro repassado pelo governo e pela prefeitura à escola é investido no pagamento da mão-de-obra dos trabalhadores, pessoas da comunidade do bairro do Jurunas, periferia de Belém. 'São R$ 100 mil gastos com pessoal. E a contratação de pessoas só aumenta com a proximidade da festa. Mais 200 pessoas serão chamadas para trabalhar na segurança do desfile e ajudar a empurrar os carros alegóricos na avenida', diz.
'Ainda contratamos serviços como guincho e caminhões para transportar todo o material até o local do desfile. Fazer um carnaval é como cuidar de um grande show, uma superprodução', diz Jango, que encomendou de São Paulo boa parte do material usado nas alas da escola.
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