No AMAZÔNIA:
Para o alívio do torcedor e a contragosto do que pediu o Ministério Público do Estado (MPE), que vetou e depois tentou derrubar a liminar que autorizava o Re x Pa, Paysandu e Remo entram em campo hoje, às 16 horas, no Mangueirão, para escrever o capítulo de número 702 na história do clássico mais disputado no mundo, segundo o pesquisador Ferreira da Costa. Como de costume, esse confronto tem uma peculiaridade: antes de se definir se ele aconteceria ou não, os presidentes de Leão e Papão jogaram juntos, nos bastidores, e passaram a semana fazendo lobby pelo clássico, que deve ter casa cheia, justificando a esperança de uma boa renda. Ontem pela manhã, a desembargadora Raimunda Gomes Noronha, presidente em exercício do Tribunal de Justiça do Estado (TJE) negou Agravo de Instrumento ao MP, ação que poderia barrar o clássico.
Toda a expectativa criada, espera-se, será compensada em campo. Os dois titãs paraenses são os únicos invictos na competição e hoje alguém poderá sairá com a campanha manchada. Uma vitória azulina representará a soberania na tabela do Campeonato Paraense. Um triunfo bicolor impulsiona o Papão para o topo na classificação.
Depois de uma semana recheada de incertezas e detalhes que permearam o acontecimento do Re x Pa, a bola, de fato, vai rolar. A indefinição chegou a atrapalhar os dois clubes, que alteraram a programação de treinamentos, haja vista a possibilidade de ficarem até 12 dias sem jogos. Porém, ambos concordavam: se o Re x Pa não acontecesse, todos sairiam prejudicados e o campeonato, comprometido. Por isso, a notícia foi recebida tanto na Curuzu quanto no Baenão com um misto de alívio e ansiedade.
Na mesma semana que teve a Curuzu interditada, que o Re x Pa quase foi adiado. O técnico do Paysandu, Luís Carlos Barbieri, reclamou muito da desorganização do campeonato. No entanto, o Papão ganhou algumas boas notícias. Dois jogadores 'importados' com quem o treinador contava foram finalmente regularizados: o zagueiro Paulão e o atacante Didi, que devem ser opções para o decorrer da partida. Eanes, que teve boa participação no Re x Pa amistoso de dezembro, também foi inscrito no Parazão. Porém, lesionado, o atacante reforçará a torcida pelo bicolor, das cadeiras.
O time que entrará em campo para pegar o Remo passou por mudanças em relação ao que iniciou a partida contra o Ananindeua. As laterais têm a volta de Parral e Fabinho. Rafael Muçamba, que teve uma estreia irregular, parece ter readquirido o condicionamento físico e aparece na cabeça-de-área, ao lado de Tássio. Com a mudança, Barbieri também adiantou o ídolo Sandro, jogador que prefere ver atuando no campo do adversário, pelo toque de bola diferenciado, dividindo as tarefas de criação com Zeziel, que prometeu foco total para bater o Leão. 'Não é um desrespeito às outras equipes, mas um clássico sempre traz uma emoção a mais e isso é em qualquer lugar do mundo. Aqui, todo mundo estava totalmente focado no Remo', disse. O ataque terá Luciano Dias, que mudou o panorama do útlimo jogo bicolor, atuando pouco mais de 20 minutos, marcando um gol e movimentando a equipe, ao lado de Moisés.
O Remo também se encheu de cautela na preparação para o clássico. Primeiramente, tratou de rechaçar um suposto favoritismo que se baseava na campanha com 100% de aproveitamento. 'Clássico é clássico', foi a frase mais dita por jogadores e comissão técnica e mais ouvida e reproduzida pela parte da imprensa que frequenta o Baenão. O meia Gian, que já viveu os dois lados da rivalidade, tratou de lembrar que, quando se trata de Re x Pa, o retrospecto não entra no gramado. 'Já vi o Remo em situações piores que a do Paysandu crescer no clássico e vencer a partida'.
Para o técnico Sinomar Naves restavam poucas dúvidas. A primeira delas seria a de quem ocuparia a vaga de Fabrício Carvalho, expulso contra o Santa Rosa. Com três atletas no páreo - Ramon, Marlon e Rennan -, o treinador optou por uma receita caseira: confirmou Ramon. A lateral-direita era a segunda dor de cabeça. Neto passou a semana tentando se recuperar de uma lesão na coxa. Índio, regularizado, treinou no time de baixo, mas mostrou desenvoltura e agradou Sinomar, que, no entanto, deve mesmo optar por Levy, que entrou no último jogo e acabou com a inoperância da ala direita. O artilheiro Marciano, nome que não traz boas recordações para o Papão, está confirmado ao lado de Heliton. Samir deverá ficar no banco.
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