domingo, 9 de agosto de 2009

Droga chegava pelo Correio

No AMAZÔNIA:

A equipe policial do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da região do Salgado prendeu ontem uma mulher acusada de envolvimento em tráfico de drogas via sedex. A prisão ocorreu por volta das 9 horas, em uma agência dos Correios no centro de Castanhal, quando a acusada Naiane Freire Pimentel, de 18 anos, foi apanhar uma caixa, enviada do estado do Acre, por sedex, contendo em seu interior um isopor com dois quilos de pedra de cocaína pura. Segundo o coordenador do grupo, delegado Alberto Teixeira, a droga está avaliada em cerca de R$ 25 mil e seria usada para produzir aproximadamente 30 quilos de pasta base de cocaína.
De acordo com Alberto Teixeira, os policiais do GCCO já estavam investigando essa modalidade de tráfico de entorpecentes via sedex. Durante as investigações descobriram que a droga seria enviada do Acre pelos Correios para um destinatário em Castanhal. A partir daí começaram a monitorar o caminho feito pela droga e, na última sexta-feira, 7, foram até a agência dos Correios no centro de Castanhal e aguardaram o destinatário ir buscar a encomenda. Até o fechamento do estabelecimento, porém, ninguém apareceu para apanhá-la.
Ontem, os policiais retornaram ao local e, por volta das 9 horas, Naiane se apresentou no local procurando uma encomenda em seu nome. A droga foi entregue a ela e, na saída da agência, os policiais deram voz de prisão à acusada. Naiane foi levada para a delegacia do município e autuada em flagrante pelo crime de tráfico de entorpecentes. Segundo o delegado, a droga estava muito bem embalada. Ela foi envolvida em vários sacos plásticos, tendo como cobertura final um balão de aniversário todo lambuzado de graxa, o que, segundo o delegado Alberto Teixeira, foi feito para disfarçar o cheiro da cocaína pura, que é muito forte.
Além disso, uma garrafa pet de dois litros foi colocada em cima do pacote para evitar que a droga saculejasse dentro do isopor e atraísse a atenção dos funcionários dos correios. Segundo o delegado, Naiane contou à polícia que conheceu um homem - que ela disse não conhecer a identidade - durante uma festa. Os dois teriam tido um envolvimento amoroso e passaram a se encontrar com frequência. Durante o relacionamento, ele teria oferecido um 'trabalho' para a acusada atuar como 'mula', recebendo a droga que seria enviada pelos Correios.
Ainda segundo o delegado, Naiane sabia que havia sido contratada para receber droga. Para o 'serviço' ela receberia R$ 500,00. A acusada disse que essa foi a primeira vez que ela recebeu uma encomenda com droga para o homem que ela não revela o nome. Porém, levantamentos policiais apontam que ela já havia atuado como 'mula' outras vezes. De acordo com o delegado, a polícia está trabalhando nas investigações para identificar e prender os donos da droga.
Alberto Teixeira destaca que a pessoa para a qual Naiane entregaria a droga deveria estar às proximidades da agência dos Correios, esperando ela sair com a encomenda. Mas, como avistou a ação policial, conseguiu fugir sem ser apanhado pela polícia. O delegado disse, ainda, que investigações do GCCO apontam que existem traficantes enviando drogas do Acre, Amazônas e de Santarém para Castanhal, via sedex.
'A droga vem da Colômbia e entra no Brasil pelos estados do Acre e Amazonas, pela proximidade. Depois, ela é enviada para Castanhal, onde seria preparada para abastecer o mercado paraense. Os nossos levantamentos apontam também que a droga que vem de Santarém é enviada por peruanos, que moram naquele município e atuam no tráfico de entorpecentes', concluiu o delegado.

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