domingo, 9 de agosto de 2009

De lobos, homens, alianças e salamaleques

O deputado Parsifal Pontes, líder do PMDB na Assembleia, postou em seu site um artigo que intitulou simplesmente de “Licantropia”.
Licantropia, para quem não sabe, é uma monomania em que o doente se acredita transformado em lobo ou outro animal selvagem. Ou também pode significar a metamorfose do homem em lobo, segundo crendice amplamente difundida.
Parsifal, com sua análise, externa indisfarçavelmente um sentimento que, mais indisfarçavelmente ainda, é experimentado por todos os deputados do PMDB e por boa parte dos peemedebistas – com mandato ou não – em relação a essa aliança de faz de conta entre o partido de Jader e o governo petista de Ana Júlia Carepa.
Leia, abaixo, o artigo do líder do PMDB:

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Elizabeth I, a Rainha Virgem, e exatamente por isto a última monarca da Casa dos Tudor, teceu a Lord Burghleyum, seu principal conselheiro e confidente, um dos mais ferinos comentários aos freqüentadores da corte britânica.
Dizia que os corteses falavam mal dela e contra ela tramavam até quando dormiam e, mesmo que estivessem a maquinar a sua degola nas alcovas do Palácio de Richmond, derramavam-se em sorrisos e reverências quando a avistavam.
Na intimidade das suas conversas com Lord Burghleyum, Elizabeth I se referia aos seus cortesãos como “os lobos da corte”.
O jantar, em tese patrocinado pela Amat e Amucan, em loas ao Chefe de Gabinete do Palácio dos Despachos, Cláudio Puty, pela passagem do seu natalício, bem merecia o mesmo comentário da Rainha Virgem.
Pelo que me vem, alguns dos comensais que deitaram salamaleques ao aniversariante, e a Sua Excelência, a Governadora do Estado, são os mesmos que lhes abespinham os costados nas alcovas do poder.
O poder, para lembrar Somerset, é efêmero, mas, para lembrar Vinícius, também é como o amor: eterno enquanto dura.
Por isto, como ninguém é de ferro, não é incorreto aproveitar-lhe a plenitude.
Mas, para não presumir o alcance do poder, e para providenciar-lhe a manutenção, não se deve esquecer o comentário de Sua Majestade ao Lord Burghleyum, a respeito da alcatéia.

2 comentários:

Indignada disse...

Na política, só há lobos. Que matam e morrem pelo vigor do poder que o transformam em lobos ainda mais fortes.
O conselho da "Rainha Virgem" dito ou escrito por um peemedebista como Parsifal Pontes soa apenas como uma clara demonstração do mal secreto, tão bem descrito em livro por Zuenir Ventura - inveja!!!!
Há lobos que, como este, mesmo sem o exercício pleno do poder, não perdem a pose.

Anônimo disse...

Não sei não. Eu entendi como sendo um alerta para não se acharem com a bola toda e depois reclamarem que era todo mundo traidor. Ms que que é verdade que na politica todo mundo é lobo isto é. Então, eles que fiquem se mordendo.