sábado, 8 de agosto de 2009

Computação sem fronteiras

Na VEJA:

A internet é onipresente na vida de bilhões de pessoas, mas poucas delas são capazes de dizer o que exatamente a define. A resposta mais rápida – ela é uma rede mundial de computadores – dá conta de apenas uma parte do fenômeno. Fica faltando definir o que é uma rede de computadores. Quando se responde a isso, chega-se perto de entender o que a internet realmente é e por que ela tem potencial para revolucionar a vida contemporânea ainda mais dramaticamente do que fez até agora, menos de duas décadas depois do início de sua popularização. A característica fundamental da rede mundial chamada internet é a maneira pela qual os computadores se interligam e se identificam uns aos outros. Computadores são identificados individualmente por seu número de IP, sigla em inglês para protocolo de internet. O IP, com a ajuda de outros protocolos, revela o endereço de rede do usuário, o tempo que passou conectado, se utilizou recursos como blogs e redes sociais, ou quais sites visitou. Nenhum outro meio anterior à internet exigiu do usuário a entrega de tantas informações para permitir o acesso a uma rede de comunicação. Isso pode ter um lado ruim para a privacidade, mas também abre uma fronteira de integração e de uso racional de recursos sem igual para a humanidade. É isso que, no fundo, define a internet. Essa é sua grande promessa.
Atualmente, a rede mundial congrega 1,5 bilhão de computadores de todos os tipos e tamanhos, telefones celulares e até alguns televisores e geladeiras. Dentro de dez anos, estarão conectados à rede 7 trilhões de computadores, celulares, geladeiras, mas também aviões, carros, torradeiras, aspiradores de pó, torneiras, interruptores de luz, as próprias lâmpadas – cada objeto com seu IP individual, cada um encaminhando à rede, em tempo real, informações sobre seu funcionamento. Mais alguns anos, com o barateamento dos chips e a cobertura universal sem fio de cada metro quadrado do planeta, poderão estar conectados à internet cada animal doméstico e seu dono, cada pé de sapato ou tênis. Em mais um passo rumo ao futuro previsível, estarão na rede não apenas os calçados, mas os músculos cardíacos ou o cérebro das pessoas – cada um fornecendo à rede, em tempo real, informações sobre o consumo de calorias ou eventuais doenças. Não é difícil imaginar o avanço se médicos pudessem saber, instante a instante, de cada pessoa que sofre um ataque cardíaco no mundo. E se ao mesmo tempo eles tivessem informações sobre a raça e a idade do paciente, se ele estava correndo ou em repouso, que tipo de comida guardava na geladeira ou que espécie de interação teve antes que o dispositivo captasse a falta de sangue oxigenado a algum vital músculo cardíaco? Os médicos teriam acesso instantaneamente a dados que hoje só as pesquisas epidemiológicas com anos ou até décadas de duração podem fornecer.

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