quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Assaltos com reféns já são 81 só este ano

No AMAZÔNIA:

O número de ocorrências de assalto com reféns em Belém cresceu quase 100% só nos últimos dois anos: em 2007, houve 22 casos deste tipo na capital; número que subiu para 34 em 2008. O mais impressionante é que, só entre janeiro e agosto de 2009, já foram 41 ocorrências na mesma área – se somadas às dos demais municípios da Região Metropolitana de Belém (RMB), as estatísticas atingem 81 assaltos com reféns em pouco mais de oito meses.
Os registros são do Comando de Policiamento da Capital da Polícia Militar (CPC/PM) e foram apresentados a policiais, profissionais de imprensa e membros do Judiciário durante o Encontro Operacional da Região Metropolitana da PM, ontem pela manhã, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.
Mais que para chamar a atenção sobre a crescente da violência na capital, os números foram usados pela PM para apontar a necessidade de maior padronização no método aplicado à hora de negociar com assaltantes. Logo ao início do encontro, representantes do CPC, da Ronda Tática Metropolitana (Rotam), do Comando de Operações Especiais (COE) e de outros destacamentos da corporação resgataram alguns casos recentes de assaltos com reféns na capital, tomando-os como exemplos para falar sobre métodos de negociação e gerenciamento de crise. Filmagens e registros fotográficos da imprensa local e dos arquivos da própria PM foram usados para expor tais ocorrências.
Comandante da Polícia Rodoviária do Estado (PRE), o major César Melo apresentou o balanço dos últimos dois anos do CPC aos participantes. A visão do oficial é que ele denota uma maior atividade da corporação nas ruas. 'Crimes deste tipo sempre existem. O número maior de registros é um indício de que a PM está se mostrando presente e agindo rápido ao ser comunicada sobre um assalto', opinou. Em sua exposição, César também aproveitou para questionar a falta de um plano de ação unificado para a negociação com os assaltantes. 'Ainda há muita dificuldade na hora de lidarmos com um assalto com refém, mas pode-se ver que esta modalidade tem características bem próprias, que se repetem de ocorrência em ocorrência com pequenas variações. Podemos, então, criar um padrão de gerenciamento e aplicá-lo na rotina de trabalho', acredita.
Titular da Justiça Militar do Estado, o juiz José Roberto Maia esclareceu aos agentes algumas das competências e responsabilidades da PM à hora de lidar com situações de crise. 'O assalto com refém é um dos momentos mais difíceis para o policial, porque estão em risco ali assaltante, refém, polícia, imprensa e os próprios curiosos que se aglomeram à beira da área de isolamento. São muitos sujeitos, e nem todos estão prontos para passar por uma situação do tipo', afirmou. 'Cabe à PM, corporação que a lei destaca para solucionar este tipo de crise, saber agir de forma a resguardar a integridade física de todos, ao mesmo tempo em que aplica a lei da forma correta', acredita o juiz.

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