quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Adeus ao menino herói

No AMAZÔNIA:

Depoimentos emocionados e um grito de revolta marcaram ontem à tarde o sepultamento do menino Emerson Michel da Costa Gomes, 12 anos, que morreu na madrugada de anteontem, após ter sido alvejado com um tiro no quadril para salvar, na noite de domingo, dia 2 de agosto, a vida do amiguinho, de seis anos, com quem brincava na rua Apocalipse, na área do Riacho Doce, no bairro do Guamá, Em Belém.
Os familiares e amigos de Emerson saíram em caminhada pelas ruas do bairro, a partir da casa de um parente do menino na passagem Ji-Paraná, conduzindo o caixão com o corpo da criança para o sepultamento no Cemitério de Santa Izabel. Ao longo dos cerca de dois quilômetros desse percurso, a família clamou por justiça, pedindo a prisão do homem identificado como Rangel Gregório Peçanha, 21 anos, principal acusado de ter assassinado a criança. Os protestos também foram por mais segurança no bairro. Momentos antes de o corpo ser sepultado, Emerson foi saudado com aplausos pela família e amigos.
Na noite do crime, segundo os parentes da vítima, Rangel Peçanha pretendia matar o primo de Emerson, Biel Gomes, com quem tem uma rixa, por ter Biel avisado o amigo de prenome Lauriano, de que Rangel e companheiros dele iriam assaltá-lo. Em represália a este fato ocorrido no dia 29 de maio, como disse ontem Biel Gomes, ao participar do sepultamento, Rangel vem tentando matá-lo. Policiais civis e militares continuam em diligência para prender Rangel.
Familiares da vítima informaram que, por não ter conseguido o que queria, Rangel atirou mortalmente na criança. Biel estava ontem revoltado com a morte do primo. A empregada doméstica Esmelinda Gomes, mãe de Emerson, disse esperar por justiça, 'mesmo que isso não traga o meu filho de volta'. Ela declarou que Emerson era uma 'pessoa muito boa, que deu a vida dele para o coleguinha dele não morrer'. Emocionada, ela questionou: 'Por que tanta arma aparece na mão de bandido?'. Na saída do cortejo, a mãe de Emerson apontou em direção à casa onde morava Rangel: 'Desgraçado, matou o meu filho!'.
O menino que foi salvo do tiro, junto com a mãe Cristiane Seabra, segurava um cartaz lembrando o gesto heróico de Emerson. A criança - que agora está com medo de brincar na rua - se aproximou da mãe da vítima e disse, ao ver o caixão, que Emerson estava apenas dormindo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Certamente, SE presos e SE condenados, essas tres "peças raras" que ainda estão a solta, receberão as benesses atenuantes da paquidérmica e cega justiça.
Se não tiverem antecedentes, se começarem a ler a Bíblia (a dos bandidos, claro), logo logo estarão ganhando a liberdade.
Infelizmente, a vida que tiraram estupidamente, lhes sairá muito, muito barato.