Sespa é acusada de descaso

No AMAZÔNIA:

Um grupo de pais de doentes de fibrose cística (ou mucociscidose) se reuniu ontem, pela manhã, em frente ao prédio do gabinete da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), com o objetivo de encontrar uma solução para a falta do medicamento que trata a doença e que, segundo o grupo, está sendo repassado apenas a pacientes antigos. Doze pessoas, todas com filhos doentes, estão à espera de uma resolução da Sespa, que, segundo elas, não dá informações sobre a falta da medicação, que levou ao óbito 11 crianças no Pará.
De acordo com Tatiane Gama, presidente da Associação Paraense de Assistência à Mucoviscidose e que tem uma filha portadora da doença, os familiares estão lutando para que o remédio seja distribuído de forma correta, já que, por dia, um paciente precisa tomar entre 3 e 10 doses de reposição oral de preparados enzimáticos pancreáticos, que combatem a fibrose cística.
'Enquanto isso, pessoas podem morrer, já que o Estado não se mobiliza para resolver a situação. A Sespa está negligenciando nosso caso, que já tem dois anos em andamento e ninguém dá uma solução. Como pode faltar um medicamento tão importante e não há o repasse de verbas para resolver isso?', questiona Tatiane.
Segundo a presidente da associação, um processo, o de nº 37935/09, foi aberto pela Sespa, que até ontem não tinha uma posição oficial para repassar aos doentes e seus responsáveis. 'A gente vem aqui (na Sespa), vai no protoloco pra saber como está o andamento do processo, mas ninguém fala nada', lamenta. Cristina Freitas, procuradora da associação, afirma que todos os órgãos de saúde estão cientes da falta do medicamento, que tem deixado de beneficiar cerca de 300 pacientes em todo o Estado.
Amanhã os membros da Associação Paraense de Assistência à Mucoviscidose se reunirão com representantes do Conselho Municipal de Saúde com o objetivo de encontrar uma solução para a falta do medicamento.