No AMAZÔNIA:
Uma pilha de documentos foi entregue ao Ministério Público Estadual pelo ex-diretor do Centro de Perícias Renato Chaves, Miguel Wanzeller, que prestou depoimento aos promotores criminais e de Direitos Humanos sobre as denúncias feitas após sua exoneração, dia 8. Ele aponta um esquema de manipulação de laudos periciais para proteger policiais militares. Ele apresentou cópias de 40 laudos periciais de supostas execuções sumárias praticadas por policiais militares na Região Metropolitana de Belém e assegurou que já havia feito as denúncias ao Conselho de Segurança Pública e que estava acompanhando o desenrolar dos processos. 'Saí da direção, mas continuo perito criminal. Entreguei os documentos e pedi que o Ministério Público cruze as informações com os inquéritos criminais', afirmou.
Sem explicar como ocorreria o suposto esquema de manipulação da perícia pela polícia, Wanzeller negou a adulteração dos laudos por parte dos peritos, mas sustentou que em vários casos de execuções a polícia não tem agido como deveria ser um inquérito policial, mesmo que os laudos comprovem as execuções. 'Os laudos são emitidos de acordo com os padrões da perícia. O que eu disse e sustento é que os laudos que constatam execuções policiais precisam ser investigados', ressaltou.
Ele também reiterou a denúncia de que a administração estadual está tentando desqualificar a sua gestão, que desde que assumiu o cargo em 2007 sofre perseguição, inclusive de colegas peritos, e que impetrou na justiça um mandado de segurança para ser reintegrado ao cargo de diretor-geral do CPC. Quanto às denúncias de improbidade administrativa na gestão do Centro de Perícias Renato Chaves, Miguel Wanzeller assegurou que a auditoria realizada em 2008 no CPC foi solicitada por ele. 'Estou pedindo ao Tribunal de Contas do Estado uma tomada especial nas contas da minha gestão para comprovar que não há irregularidades', informou o perito.
Após a audiência, o coordenador das promotorias criminais de Belém, Aldir Viana, afirmou que os promotores receberam os documentos, mas disse que ainda é prematuro fazer comentários sobre as denúncias. 'Vamos analisar todos os laudos e apurar as denúncias. Todos os documentos entregues serão periciados pelos técnicos do Ministério Público', explicou.
Aldir Viana informou que os promotores vão cruzar as informações que constam nos laudos e verificar se as autoridades policiais requereram as devidas perícias nos processos com suspeitas de execuções sumárias praticadas por agentes da segurança pública.
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