No AMAZÔNIA:
Tiros, pancadaria, engarrafamento e um baleado. Este foi o resultado da desocupação de um terreno no quilômetro 5 da rodovia Augusto Montenegro, durante a madrugada de ontem. Cerca de 300 famílias ligadas ao Movimento dos Sem-Teto Urbano (MSTU) foram expulsas da área onde se abrigavam, há quase um mês, por vigilantes da empresa Falcon. Em protesto, elas bloquearam a rodovia por horas, liberando-a apenas com a chegada da Polícia Militar.
À primeira vista, a desocupação do terreno foi tão irregular quanto a ocupação, denominada de Assentamento 8 de Março. Os invasores contam que, por volta das 5 horas, estacionaram nos fundos do terreno dois ônibus cheios de 'capangas do dono da área', como denominaram as pessoas que chegaram. Elas teriam descido atirando e batendo nos invasores, se dizendo policiais em reintegração de posse. 'Atrás deles vieram os vigias (da Falcon), com cães e armas, ameaçando e batendo na gente. Com essa violência toda eles conseguiram tirar todo mundo da área', conta um dos manifestantes que interditou a rua em seguida.
Na confusão, Marcos Diego Teixeira, integrante do movimento, foi baleado no abdome e atendido na Unidade de Saúde da Marambaia. Cerca de outras 10 pessoas também tiveram que receber atendimento médico por conta de escoriações resultantes da briga generalizada.
Ao revidar às agressões logo no início, os ocupantes chegaram a amarrar na árvore um dos contratados para fazer a retirada, numa tentativa de tentar forçá-lo a confessar quem era o mandante. Foi solto apenas quando o número de seguranças se tornou muito maior a ponto de intimidar e expulsar os manifestantes.
Assim que a rodovia Augusto Montenegro foi fechada, quase às 6 horas, a Polícia Militar chegou e os ônibus foram embora. Porém, os vigilantes continuaram na área, impedindo que as famílias ingressassem no terreno para pegar seus pertences. Isto só foi possível depois de um tenso diálogo, intermediado pelo tenente-coronel Magalhães. 'Estamos aqui para manter a ordem momentânea. A briga na Justiça entre o dono do terreno e os ocupantes é outra história, que tem que ser decidida pela própria Justiça', disse Magalhães, responsável também pelo diálogo com os manifestantes, para que desbloqueassem a rodovia, por volta das 8 horas. A ação da PM e da Rotam foi elogiada pelas famílias de invasores, que permaneceram em frente ao terreno com seus pertences, na esperança de voltar para a área.
Um comentário:
Agora pela manhã, já havia gente pelo lado de dentro do terreno.
A ocupação foi irregular e ainda teve o agravante de desmatamento; isso é fato.
A providência de desocupação foi errada, truculenta e isso também é fato.
O que não se pode aceitar é a interrupção do tráfego, causando transtorno generalizado.
Pessoas que nada tem a ver com a invasão, sofreram com o engarrafamento gigante que se formou nas duas pistas!
Aliás, diga-se, a Rod. A. Montenegro tem sido sistematicamente obstruída por quaisquer motivos; uma verdadeira farra de incêndios com paus e pneus.
E o distinto público prejudicado, vai reclamar a quem?
"Terra de direitos"....hum! sei.
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