No AMAZÔNIA:
O hospital Santa Casa de Misericórdia completa 359 anos de fundação, hoje, com a promessa de não repetir o quadro alarmante de mortalidade neonatal verificado há seis meses. O presidente, Maurício Bezerra, afirma que já se alcançou a redução da demanda em 25% e da taxa mensal de bebês mortos para 12%.
Em coletiva à imprensa, ontem, para divulgar a programação de aniversário, o presidente apresentou alguns números do hospital como o da taxa de mortalidade neonatal. Ela ficou em 12% no mês de janeiro e a diretoria estima que fique em 13% neste mês de fevereiro. Como considera a superlotação o principal responsável pelo alto índice de mortes, Bezerra atribui a redução à atual taxa de ocupação dos leitos de 95%. À época da crise, ela era de 120%, ou seja, se tinha 20% a mais de bebês internados do que se poderia ter.
Segundo ele, a redução foi resultado da descentralização estadual dos serviços de alta complexidade. Foram contratados leitos em Unidades de Cuidados Intermediários (UCI) em três hospitais: Santa Bárbara (Belém), Camilo Salgado (Ananindeua) e Francisco Magalhães (Castanhal).
Também foi montado o sistema estadual de regulação dos leitos, serviço que faz a triagem de quem deve ser transferido dos municípios do interior para a capital. Ainda não há dados sobre a redução da demanda não oriunda de Belém, mas o presidente afirma que já se percebe alteração. Atualmente, os partos realizados em mães vindas do interior correspondem a 52,20% dos atendimentos. 'Ainda não temos 100% de efetividade do sistema de regulação, mas estamos avançando. Este mês ou em março a secretária de Saúde terá uma reunião com os municípios que mais encaminham pacientes para tratar dessa questão', disse.
Para Maurício Bezerra, a Santa Casa não pode ser a única a atender toda a demanda estadual. Por isso, não tem a responsabilidade de ter todos os leitos de UTI neonatal de que o Pará necessita. Sendo assim, o novo complexo que será construído em anexo ao atual prédio da Santa Casa não terá leitos de UTI neonatal. O serviço continuará sendo prestado pelos 40 existentes, sendo 22 implantados após a crise enfrentada há seis meses.
De acordo com o presidente, a capacidade dessas unidades é suficiente para atender à demanda que chega à Santa Casa. Os leitos também são considerados tecnicamente ualificados porque dispõem de equipamentos de alta tecnologia.
Segundo Bezerra, foram investidos R$ 6 milhões na reforma que ainda está sendo realizada no hospital. Quarenta por cento desse dinheiro foi destinada à melhoria dos serviços de neonatologia.
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