No AMAZÔNIA:
Mais de 200 funcionários comissionados, entre contratados e temporários, lotados nas unidades municipais de saúde e prontos-socorros de Ananindeua foram dispensados ontem. A população, que já enfrenta o caos diário por consultas e atendimento de urgência e emergência, passa a viver o drama de, a partir de hoje, encontrar muitos postos de portas fechadas.
A crise financeira que se abateu sobre a prefeitura de Ananindeua se agrava a cada dia. Ontem, por decisão do prefeito Helder Barbalho (PMDB), a nova secretária municipal de Saúde, Deborah Crespo, em reunião com diretores das unidades básicas e unidades de urgência e emergência, mandou para a rua todos os temporários que atuam no serviço de saúde municipal. Não há, por enquanto, substituição. O prefeito chegou a anunciar um concurso público em dezembro de 2008, mas nenhum edital foi publicado.
Hoje, a folha de pagamento mais pesada da administração municipal é a de saúde. Há dois meses o prefeito peemedebista não consegue pagar em dia os salários do funcionalismo público. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) tem cerca de três mil servidores, entre efetivos, contratados, comissionados e vinculados a programas do governo federal, como Vigilância Sanitária e Dengue.
A demissão atingiu duramente técnicos de enfermagens, porteiros e auxiliares de serviços gerais, o que afeta diretamente a população do município. Deborah Crespo confirmou ontem, pelo telefone, as exonerações. Mas disse que só poderá justificar a drástica medida pessoalmente, ainda hoje.
Segundo um funcionário da unidade de urgência e emergência de Ananindeua, 'a notícia pegou todos de surpresa. Os diretores das unidades de saúde participaram hoje (ontem) à tarde de uma reunião com a secretária e saíram do gabinete já com a lista dos demitidos nas mãos', relatou. Segundo a fonte, essa foi uma decisão equivocada, 'que coloca na rua funcionários competentes com vários anos de experiência e possivelmente colocará em seus lugares novatos inexperientes que acabarão piorando o serviço, que já anda mal das pernas'.
Na tentativa de evitar que as unidades deixem de funcionar neste fim de semana, os diretores dos centros de saúde pediram aos demitidos que aguardem até a próxima segunda-feira para deixarem seus postos. O prazo serviria para que uma possível alteração na resolução fosse concretizada. O funcionário que denunciou a demissão acredita que esse pedido é apenas uma maneira de fazer com que as unidades não fechem as portas imediatamente.
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