Na FOLHA DE S.PAULO:
O ministro da Justiça, Tarso Genro, anunciou ontem que haverá maior controle na relação entre a Polícia Federal e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e não descartou a hipótese de agentes do órgão cedidos à Operação Satiagraha serem os autores do grampo no telefone do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes.
Chefe da PF, Tarso Genro disse que a relação entre os dois órgãos vai mudar com base em três pontos:
1) A colaboração entre a Abin e a polícia terá de ser formal, registrada em termo detalhando o nível do relacionamento; 2) a agência não poderá fazer investigações, mas apenas coleta e análise de informações e 3) não terá acesso a tecnologias da PF que permitam, por exemplo, grampear telefones, como o sistema Guardião.
Questionado se durante a Satiagraha agentes da Abin teriam usado o programa, o ministro afirmou que não tinha esse tipo de informação. "Se receberam, foi totalmente fora das normas", disse.
O ministro reconheceu, contudo, que o motivo da mudança na relação dos dois órgãos teve origem no fato de o delegado Protógenes Queiroz, que comandava a Operação Satiagraha, ter requisitado o apoio de agentes da Abin sem informar a direção da PF, gerando críticas dentro do governo.
Indagado se esses agentes poderiam ter alguma vinculação com o grampo no telefone de Mendes, Tarso admitiu que essa "é uma linha de investigação que não está excluída".
Segundo ele, "por uma razão muito simples: o inquérito da Satiagraha durou quatro anos e foi feito exclusivamente por [um grupo de] policiais comandado por um policial e teve apoio da Abin".
Tarso fez questão de destacar, porém, que o inquérito da PF não vai ser direcionado para essa linha, sendo apenas uma das hipóteses em investigação para autoria do grampo nos telefones do ministro do STF.
"Temos de ter paciência para não crucificar ninguém
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