Na ÉPOCA:
Hélio Gracie, aos 94 anos, é o único faixa vermelha do décimo grau no jiu-jítsu brasileiro. Esse nível só foi alcançado pelos fundadores da modalidadeNuma arena de oito lados, dois homens têm 15 minutos para lutar e convencer o outro a desistir. Não há cantos onde se refugiar. Sem camisa e usando luvas que mal cobrem os dedos, eles dão socos, pontapés, joelhadas, cotoveladas, chaves de braço e o que mais for possível para liquidar o oponente. Podem usar golpes de jiu-jítsu, boxe, judô, boxe tailandês e de qualquer outra arte marcial. A beleza dos movimentos pouco importa. O que conta é a eficácia – e, por eficácia, entenda-se a habilidade de massacrar o rival a ponto de mandá-lo para o hospital. É um espetáculo violento, muitas vezes repugnante. O som do punho cerrado atingindo um rosto é audível a distância. A luta é uma sinfonia de ruídos ásperos, gritos de dor e corpos caindo. Por fim, há o gongo. Com seu estalido metálico, ele fatia a luta em três rounds de cinco minutos. O sangue que escorre do rosto dos lutadores não raro mancha o chão do ringue. No começo, você não quer olhar. Quer que acabe logo.
A primeira vez em uma platéia de vale-tudo equivale a assistir pacificamente a um crime. Mas algo acontece no fim do primeiro round. Os adversários estão intactos. Respiram em compasso. Olham-se quase com prazer. É só um jogo. Você, depois de se contorcer na cadeira, é finalmente dominado pela excitação. Sente-se como um selvagem.
É geralmente assim uma luta do Ultimate Fighting Championship, o evento esportivo mais concorrido da atualidade. O UFC submeteu o boxe, parâmetro para medir a popularidade de qualquer luta, a uma derrota em quantidade de espectadores, anunciantes e volume de apostas. Sua audiência nos Estados Unidos ameaça até as finais dos campeonatos de beisebol e futebol americano. Na primeira fileira das lutas do UFC, à distância de receber respingos de suor e sangue projetados pelas pancadas, estão celebridades como o ator George Clooney, o rapper Jay-Z ou a modelo Pamela Anderson. Um evento do Ultimate Fighting pode lotar arenas como o anfiteatro do cassino Mandaley, em Las Vegas, de 12 mil assentos, a um preço de R$ 340 por cabeça. Lota também ginásios em Londres e Montreal, cidades a que chegou recentemente. Em cada uma dessas noites – 14 por ano –, 500 mil telespectadores pagam US$ 45 para ver a luta ao vivo pela TV. Num único dia, a receita é de US$ 28 milhões. A marca UFC vale, hoje, US$ 1 bilhão. Um detalhe: esse controvertido esporte, que conquistou o mundo e cresce mais que qualquer outro em popularidade, tem o DNA brasileiro.
Mais aqui.
Hélio Gracie, aos 94 anos, é o único faixa vermelha do décimo grau no jiu-jítsu brasileiro. Esse nível só foi alcançado pelos fundadores da modalidadeNuma arena de oito lados, dois homens têm 15 minutos para lutar e convencer o outro a desistir. Não há cantos onde se refugiar. Sem camisa e usando luvas que mal cobrem os dedos, eles dão socos, pontapés, joelhadas, cotoveladas, chaves de braço e o que mais for possível para liquidar o oponente. Podem usar golpes de jiu-jítsu, boxe, judô, boxe tailandês e de qualquer outra arte marcial. A beleza dos movimentos pouco importa. O que conta é a eficácia – e, por eficácia, entenda-se a habilidade de massacrar o rival a ponto de mandá-lo para o hospital. É um espetáculo violento, muitas vezes repugnante. O som do punho cerrado atingindo um rosto é audível a distância. A luta é uma sinfonia de ruídos ásperos, gritos de dor e corpos caindo. Por fim, há o gongo. Com seu estalido metálico, ele fatia a luta em três rounds de cinco minutos. O sangue que escorre do rosto dos lutadores não raro mancha o chão do ringue. No começo, você não quer olhar. Quer que acabe logo.
A primeira vez em uma platéia de vale-tudo equivale a assistir pacificamente a um crime. Mas algo acontece no fim do primeiro round. Os adversários estão intactos. Respiram em compasso. Olham-se quase com prazer. É só um jogo. Você, depois de se contorcer na cadeira, é finalmente dominado pela excitação. Sente-se como um selvagem.
É geralmente assim uma luta do Ultimate Fighting Championship, o evento esportivo mais concorrido da atualidade. O UFC submeteu o boxe, parâmetro para medir a popularidade de qualquer luta, a uma derrota em quantidade de espectadores, anunciantes e volume de apostas. Sua audiência nos Estados Unidos ameaça até as finais dos campeonatos de beisebol e futebol americano. Na primeira fileira das lutas do UFC, à distância de receber respingos de suor e sangue projetados pelas pancadas, estão celebridades como o ator George Clooney, o rapper Jay-Z ou a modelo Pamela Anderson. Um evento do Ultimate Fighting pode lotar arenas como o anfiteatro do cassino Mandaley, em Las Vegas, de 12 mil assentos, a um preço de R$ 340 por cabeça. Lota também ginásios em Londres e Montreal, cidades a que chegou recentemente. Em cada uma dessas noites – 14 por ano –, 500 mil telespectadores pagam US$ 45 para ver a luta ao vivo pela TV. Num único dia, a receita é de US$ 28 milhões. A marca UFC vale, hoje, US$ 1 bilhão. Um detalhe: esse controvertido esporte, que conquistou o mundo e cresce mais que qualquer outro em popularidade, tem o DNA brasileiro.
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