terça-feira, 22 de julho de 2008

Segurança, saúde e educação preocupam mais os eleitores

Pesquisas que aferem as preferências eleitorais não deveriam servir para indicar apenas tendências – quem está em primeiro, segundo, terceiro ou quarto; quem pode ganhar num eventual segundo turno; quem está sendo mais ou menos rejeitado.
Pesquisar eleitorais deveriam esmerar-se em abrir espaço para que os eleitores exprimam seus anseios, revelam suas preferências sobre o que deve ser prioritário para melhorar a qualidade de vida de toda a coletividade.
Respostas a questões como saúde, segurança, saneamento, limpeza, transporte público e outras deveriam, de seu lado, balizar candidatos e partidos a formularem propostas que não fossem embaladas em discursos e recursos de marketing voltados somente para conquistar votos, mas para verdadeiramente sintonizar-se com as aspirações populares.
Candidatos – quaisquer deles – deveriam prestar atenção, por exemplo, no que responderam os consultados pela pesquisa do Ibope quando lhes perguntaram o seguinte: “Por favor, diga-me qual é a área que mais tem preocupado o(a) sr.(a) e sua família atualmente?
Veja só: dos 602 entrevistados, nada menos que 35% mencionaram “segurança pública” e 33%, “saúde”. Até mesmo transporte público, um segmento que suscita sempre insatisfações freqüentes entre camadas menos abastadas, foi citado por apenas 3% dos entrevistados.
Quem se preocupa mais com “saúde” e “segurança pública” em Belém? É o pobre? É o morador da periferia? É o cidadão de um salário-mínimo, aquele que está mais exposto às gangues que assolam bairros habitados pela classe média baixa e enfrenta mais dificuldades para dispor de serviços de saúde pública?
A pesquisa mostra que não.
Dos 33% que elegeram a saúde como área de maior preocupação, 31% ganham mais de cinco salários mínimos, 32% mais de dois a cinco, 34% mais de um a dois e 32% até um salário mínimo.
E dos 35% que citaram a segurança pública 37% estão no segmento dos que recebem mais de cinco mínimos, 34% recebem mais de dois a cinco, 37% mais de um a dois e 32% até um salário mínimo.
O Ibope também fez a seguinte pergunta: “Esta é uma lista de áreas em que as pessoas vem enfrentando problemas de maior ou menor gravidade. Por favor, diga-me qual é a área que mais tem preocupado o(a) sr(a) e a sua família atualmente? ( 1º + 2º + 3º lugares).
Segurança pública ficou em primeiro, com 74% da respostas, saúde em primeiro, com 70%, e em terceiro aparecer a área da educação, com 41%. Aparecem em seguida limpeza pública (18%), calçamento de ruas e avenida e transporte coletivo (14%), abastecimento de água (11%), trânsito e iluminação pública (8%), entre outras áreas.
É de se esperar que os candidatos – todos – estejam bem atentos a esses recados. Os recados de uma população que não quer apenas votar.
Quer governantes afinados com seus anseios.

2 comentários:

Anônimo disse...

Se estivessem bem intencionados, o que é uma excepcional raridade no meio político, os candidatos deveriam obrigatoriamente ler e reler essas pesquisas sobre as necessidades e anseios da população.
E se estivessem realmente dispostos a respeitar os eleitores que irão elegê-los, pautariam seus programas e projetos de governo por esses dados, todos importantíssimos. Infelizmente, a realidade é outra; todos sabemos o que acontece e acontecerá.
Primeiro, a manjadíssima história da tal "herança maldita"; começam não fazendo nada porque o anterior só deixou terra arrazada.
Pergunta-se: se sabia o que iria encontrar, é um mentiroso que prometeu o que não poderia cumpriir; se não sabia o que estaria assumindo, é um irresposável e não deveria nem se candidatar.
A fase seguinte, como sempre, é parar, desfazer e/ou trocar tudo o que o anterior bem ou mal estava fazendo. Para isso, é sempre imprescindível a enxurrada de nomeações de aspones, puxa-sacos e apaninguados, para saudar débitos da campanha eleitoral e para empregar parentes e aderentes.

Educação? Saúde? Segurança? ora, aí já estará acabando o primeiro mandato e a pouca grana que resta será para um banho de asfalto eleitoreiro aqui e acolá, reinauguração de uma escola repintada e por aí vai...
Políticas de longo prazo; projetos de médio e/ou longo alcance visando o bem da população, nada de nada.
E a pobre e abandonada metrópole da Amazônia assim vai, inchada de engarrafamentos e sem novas vias; enchentes no inverno e canais imundos eternamente entupidos; bairros ricos e pobres sofrendo a mesma violência diária; filas indescentes nas paupérrimas unidades de saúde; escolas onde professores desmotivados fazem que ensinam e alunos famintos fingem que aprendem.
A bela "cidade morena" está banguela e doente, cansada de tanta maquiagem cenográfica e tantos gestores incompetentes e/ou aproveitadores.
Acorda, eleitor!

Poster disse...

Anônimo,
Esperamos que esta seja uma campanha de propostas. E propostas factíveis para Belém.
O blo vai postar seu comentário na ribalta, hoje à tarde.
Abs.