Enfim, eles começam a falar.
Funcionários da Santa Casa, sob a proteção do anonimato – por motivos óbvios -, fazem relatos horrorosos do que têm visto nas dependências do hospital ultimamente.
Agora, é Anselmo Bentes, ex-diretor da Santa Casa, quem vem a público para confirmar aquilo que dez, entre dez pessoas que tenham bom senso, já sabiam: que a superlotação foi fator decisivo, determinante para a morte de mais de 20 bebês no curto espaço de sete dias.
É de se esperar que o Ministério Público os ouça. E não seria demais garantir aos funcionários a proteção que eles precisam para falar. Do contrário, vão se sentir intimidados.
E ninguém venha com a balela de que não se deve considerar depoimentos e contribuições de quem só aceita se manifestar sob anonimato.
É preciso, sim, considerar como relevantes as informações que forem prestadas nessa condições. Caberá à instância investigatória, evidentemente, estabelecer procedimentos que lhe permitirão aferir sobre a veracidade ou não, a pertinência ou não do que for informado sob anonimato.O certo é que, nesta mortandade sem precedentes na Santa Casa, há tantas evidências, há tantos fatos, há tantas denúncias públicas, e feitas há tanto tempo, que as investigações para se esclarecer tudo podem ser muito, muito mais fáceis do que se imaginaria a princípio.
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