sexta-feira, 11 de julho de 2008

Número de mortes na Santa Casa são divergentes

No AMAZÔNIA:

O Ministério Público do Estado apontou, ontem, divergências entre o número de bebês mortos de janeiro a junho deste ano na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, e os dados do relatório da Secretaria Municipal de Administração (Semad), da Prefeitura de Belém, sobre os enterros de recém-nascidos e natimortos encaminhados para os cemitérios da capital. A diferença, para mais, é de quatro bebês, o que eleva o número total de mortes de 63 para 67, de 1º de junho a 8 de julho.
O promotor de Justiça da Infância, Ernestino Roosevelt Silva, concluiu após análise dos dados recebidos do Departamento de Administração de Necrópoles da Semad, que o número de sepultamentos foi maior que os dados oficiais de mortes de bebês do relatório da Santa Casa.
A diferença mais significativa está nos meses de março e abril deste ano. Os dados de março da Santa Casa informam 40 óbitos de bebês contra 41 sepultamentos autorizados pelo hospital nos cemitérios. Já no mês de abril, o hospital informou a morte de 36 bebês, sendo que os cemitérios informaram 39 sepultamentos.
Outro dado que intriga o Ministério Público é que a maioria das mortes foi considerada como de causa desconhecida, sem qualquer detalhamento, como parada cardiorrespiratória, insuficiência respiratória ou cardíaca, entre outras. O promotor Ernestino Roosevelt enviou ofício ao colega, promotor de Justiça Criminal da Infância, Milton Menezes, para que sejam tomadas as medidas legais, que fazem parte da investigação criminal do caso. Na próxima segunda-feira, 14, Menezes deve cobrar explicações do hospital.
Paralelamente, o Ministério Público do Estado, que já está com informações e indicações de endereço dos pais das vítimas, deve chamar familiares para prestar depoimentos. O promotor Milton Menezes encaminhou as guias de sepultamento repassadas pelos cemitérios para a delegada Socorro Maciel, da Delegacia de Atendimento ao Menor (Data), que preside as investigações sobre o caso, para que os dados sejam anexados ao inquérito policial e possam subsidiar o trabalho de investigação da polícia. A Assessoria de Imprensa da Polícia Civil declarou, ontem, que a delegada não vai falar sobre as investigações.
A presidente da OAB/PA, Ângela Sales que acompanhou a visita da Comissão ao hospital, fez questão de repudiar o que ela chamou de 'uso político da situação', mas aproveitou para criticar a atuação dos deputados. 'O fato é que há muitos anos o orçamento do Estado dá mais dinheiro para a manutenção da Assembléia Legislativa do que para a saúde', afirmou.

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