Na FOLHA DE S.PAULO:
O deputado estadual Natalino Guimarães (DEM), 52, foi preso no final da noite de anteontem sob acusação de integrar uma milícia que atua em Campo Grande, zona oeste do Rio. Outras cinco pessoas foram presas, entre elas dois PMs e um agente penitenciário.
A operação, que contou com cerca de cem policiais civis, registrou o primeiro caso de troca de tiros entre milicianos (em sua maioria policiais fora do serviço ou ex-policiais) e policiais em serviço. Os seis presos são acusados de tentativa de homicídio, formação de quadrilha, porte ilegal de armas e favorecimento pessoal.
O deputado Natalino Guimarães nega as acusações. Ele havia sido denunciado pela Procuradoria Geral do Estado sob acusação de formação de quadrilha, no mesmo processo que levou seu irmão, o vereador do PMDB Jerônimo Guimarães Filho -o Jerominho-, à prisão. O deputado responde em liberdade. As milícias são grupos de policiais e ex-policiais civis e militares, agentes penitenciários e bombeiros que "vendem" segurança a uma determinada área.
Segundo a polícia, eles impõem uma lei paralela, com um sistema próprio de punição, como tortura e homicídios para usuários de drogas ou ladrões. Exploram ainda o transporte alternativo e o repasse de gás de cozinha, já que esses serviços não são oferecidos nas favelas.
"A milícia é crime muito difícil de obter flagrante. Foi uma prisão muito importante", afirmou o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. A Assembléia Legislativa analisa hoje a legalidade da prisão. O prefeito Cesar Maia (DEM) afirmou que o partido definirá um relator da comissão de ética para analisar se Natalino será expulso da sigla.
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