segunda-feira, 10 de março de 2008

Zapatero vence líder da direita e conquista novo mandato

Em O ESTADO DE S.PAULO:

Sob o impacto da desaceleração econômica dos últimos oito meses e do atentado terrorista de sexta-feira, os espanhóis reelegeram ontem o primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero com uma margem ligeiramente menor que a obtida há quatro anos. O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), de Zapatero, obteve 43,65% dos votos, contra 40,12% para o Partido Popular, liderado por Mariano Rajoy. Há uma semana, as pesquisas indicavam vitória de Zapatero por cerca de 5 pontos.
Tanto o PSOE quanto o PP ampliaram suas cadeiras no Congresso - de 164 para 169 e de 148 para 153, respectivamente. Em 2004, Zapatero venceu Rajoy por 42,59% a 37,71%. Os grandes derrotados ontem foram a Esquerda Unida, situada à esquerda do PSOE - cujo número de deputados diminuiu de 5 para 2 -, e os partidos regionais separatistas. Com isso, reforçaram-se duas tendências: o voto útil da esquerda no PSOE, para conter uma ascensão do PP, e a consolidação do bipartidarismo na Espanha.
Zapatero subiu ao palanque montado na frente do seu comitê de campanha às 22h50 locais (18h50 em Brasília), depois de receber um telefonema de felicitações de Rajoy. “Isaías (Carrasco) deveria estar hoje vivendo este momento junto à sua família”, disse o primeiro-ministro, referindo-se ao ex-vereador socialista assassinado na sexta-feira pelo grupo separatista Pátria Basca e Liberdade (ETA). “Governarei para todos, mas pensando antes de tudo nos que não têm tudo”, prometeu Zapatero, lendo um discurso de apenas 9 minutos diante de uma entusiasmada multidão de militantes socialistas, que agitavam bandeiras vermelhas.
Depois de Zapatero, foi a vez de Rajoy aparecer no palanque de seu comitê para festejar: “Conseguimos mais votos do que nunca. Somos o partido que mais subiu em porcentagem de votos e em cadeiras em toda a Espanha.” Bem-humorado, Rajoy, cuja liderança estava ameaçada em caso de mau desempenho do PP, saltou várias vezes no palanque, perguntando: “Isso pode cair, hein?”

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