sábado, 8 de março de 2008

À TV, Silvio Pereira diz que sonhava com jipão

Na FOLHA DE S.PAULO:

O ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira falou ontem sobre o Land Rover que recebeu de presente, em novembro de 2004, da empresa GDK. Segundo reportagem do "Jornal Nacional", Silvio disse a um diretor da empresa que tinha um sonho de ter um "jipão, um jipe importado".
Ontem, Silvio Pereira, réu no mensalão, foi à Subprefeitura do Butantã, em São Paulo, para acertar quais serviços comunitários terá de prestar para cumprir o acordo que fez com a Justiça Federal no final de janeiro deste ano. Em troca da suspensão do processo penal por três anos, ele terá de cumprir condicionantes nesse período, como a prestação de 750 horas de serviços comunitários. O processo poderá ser retomado, caso Silvinho não cumpra alguma das cláusulas do acordo.
Segundo a reportagem do "Jornal Nacional", foram dois os serviços propostos a Silvio. De segunda a quarta, ele trabalharia no atendimento ao público na recepção do prédio da subprefeitura. Nas quintas e sextas, andaria pelo bairro para identificar os problemas que a população enfrenta.
Porém, só na próxima semana será definido o que ele irá fazer, já que ontem Silvio propôs algo diferente. "Minha idéia é fazer uma cozinha simples para poder ensinar às crianças, às mães das crianças carentes. E [fazer] a horta comunitária para crianças", afirmou.
Sobre o carro recebido, Silvio disse que foi apresentado a um diretor da GDK, empresa que tinha contrato com a Petrobras. Em uma das conversas, regadas a uísque, segundo a reportagem, o ex-petista disse que sonhava em ter um "jipão, um jipe importado".
O diretor da GDK, segundo Silvio, disse que a empresa tinha vários carros daquele tipo. No encontro seguinte, o diretor apareceu com o carro, disse Silvio. "O carro para mim foi um grande erro. Já paguei por ele, paguei caro demais", afirmou.
Pressionado à época do escândalo do mensalão, ele acabou devolvendo o carro em 2005 e pediu desfiliação do PT. Silvio é acusado de ser o responsável pela distribuição de cargos do segundo escalão no governo Lula. Sobre o mensalão, ele repetiu ontem o que disse à imprensa no dia em assinou o acordo com a Justiça.
"Acho que tem uma responsabilidade minha sim. Fiz parte da direção [do PT] e essa direção cometeu alguns erros políticos, e eu, como membro da direção, também sou responsável por esses erros políticos. Acho que a decisão está na medida justa", afirmou ontem.
O ex-dirigente disse, no entanto, que os erros se referiam a caixa dois. "O principal erro foi ter entrado na vala comum, os crimes eleitorais, né? Não deve ter existido um único partido político no Brasil, nem hoje, que não tenha feito uso de instrumentos de caixa dois."

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