terça-feira, 18 de março de 2008

Polícia desmonta a máfia do seguro


No AMAZÔNIA:

Megaoperação da Polícia Civil e do Grupo Especial de Repressão e Combate à Organizações Criminosas (Geproc), ligado ao Ministério Público do Estado, resultou ontem na prisão de 15 pessoas e apreensão de computadores e muita documentação em vários pontos da capital paraense. Médicos, oito técnicos de enfermagem e motoristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192), além de servidores do Centro de Perícia Científicas Renato Chaves e outros profissionais de diversas áreas, são acusados de integrar uma quadrilha que fraudava o seguro Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), que indeniza vítimas de acidentes de trânsito.
A quadrilha seria liderada pelo advogado especializado na liberação dos recursos do seguro, Fabrício Bacelar Marinho, um dos primeiros presos da operação denominada 'Embrião'. Também foi detida uma funcionária da clínica Pará Med, que funciona em Ananindeua, Edilene de Nazaré Ferreira. No total foram expedidos 28 mandados de prisão e busca e apreensão, que mobilizaram um grande contingente de policiais. A ação começou às 6h30 da manhã foi coordenada pela delegada Maria Raimunda, da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe).
O advogado de Fabrício Marinho, Dorivaldo Belém, afirmou que seu cliente alegou inocência e que sua prisão teria sido motivada por uma 'perseguição' das seguradoras que não querem pagar as indenizações às vítimas de acidentes de trânsito. 'O Fabrício é o advogado mais experiente na cobrança desse seguro e sofre a perseguição das seguradoras. Ele já ganhou várias ações e são mais de 250 mil mortos por ano no trânsito e as seguradoras sempre dão um jeito de não pagar', afirmou. O advogado informou que vai entrar com pedido de revogação da prisão preventiva.
Também foram até a Delegacia Geral, para onde os presos na operação 'Embrião' foram levados, o advogado e os representantes do Sindicato dos Servidores na Saúde (Sindisaúde). O coordenador de relações de trabalho do Sindicato, Carlos Costa, questionou a legalidade das prisões, argumentando que no caso de fraude, os servidores presos não teriam como ter participação. 'A sala de rádio é que regula o serviço. Se tem um acidente na rua eles é que direcionam a ambulância. Não consigo entender porque o servidor da ponta é que vai preso se o Samu tem uma direção e é ela que diz o que deve ser feito. Não vi o nome de ninguém naquele mandado de prisão', afirmou.
A investigação para se chegar até a quadrilha durou oito meses e as primeiras informações dão conta de que a fraude acontecia desde 2000. Entre as estratégias usadas pelos criminosos consta até a compra de cadáveres para a validação do pedido de indenização por morte. O grupo também enganaria os famíliares e até vítimas de acidentes que poderiam receber o seguro por invalidez.

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