terça-feira, 11 de março de 2008

Menção ao PMDB ao final de missa contraria fiéis

Fiéis que participaram no último sábado, 8, da missa das 12h na igreja de Santo Antônio de Lisboa, em Batista Campos, saíram de lá entre atônitos e irritados com o que aconteceu ao término da celebração.
Antes da bênção final, o sacerdote anunciou que seria feita uma homenagem às mulheres presentes, eis que naquela data se celebrava o Dia Internacional da Mulher.
Apresentaram-se duas senhoras. Uma delas, que falou aos presentes, improvisou uma breve mensagem em homenagem às mulheres e disse que ali estava em nome de várias entidades, entre as quais o Diretório Estadual do PMDB Mulher – Núcleo Mulher.
Feito isso, foi enfática em ressaltar os agradecimentos das entidades mencionadas ao Diretório do PMDB Mulher, “presidido pela deputada Elcione Barbalho”.
A esta altura, entre murmúrios de insatisfação que se ouviam na igreja, somava-se o visível constrangimento do sacerdote, que, ao que tudo indica, não poderia prever que o discurso fosse chegar àquele ponto, de referir-se explicitamente a um partido e a uma parlamentar.
E para completar, ao final da missa, todos os que se dirigiam à saída da igreja ainda foram brindados com a entrega de um fôlder, que tem em sua parte frontal o símbolo do PMDB e deixa bem claro que aquela homenagem foi iniciativa do PMDB Mulher – Núcleo Pará. O poster tem em mãos um desses fôlderes.
Não cabe discutir o mérito da atuação da deputada Elcione Barbalho em favor do segmento feminino e de quaisquer outros. Não cabe aqui, além disso, discutir o mérito do trabalho que o PMDB Mulher faz ou deixa de fazer.
O que se discute é que celebração como aquela não era o local apropriado para a participação – mesmo por representação de interpostas pessoas – nem do PMDB Mulher, nem do PSDB Mulher, nem do PT Mulher, nem do PDT Mulher, de Partido Nenhum Mulher.
Celebrações religiosas são momentos de recolhimento espiritual. Quem vai a uma missa quer afastar-se, por uma hora que seja, de atos de proselitimo político. Seria tolerável por todos os presentes até mesmo uma homenagem prestada por entidades que não têm natureza político-partidária. Quando entrou partido político no meio, então o que era homenagem virou motivo de insatisfação para as homenagens e muitos dos outros presentes à celebração.A lição deve ser apreendida, para que das próximas vezes as homenagens durante missas não guardem conotações político-partidárias. Por mais remotamente que sejam.

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