Fiéis que participaram no último sábado, 8, da missa das 12h na igreja de Santo Antônio de Lisboa, em Batista Campos, saíram de lá entre atônitos e irritados com o que aconteceu ao término da celebração.
Antes da bênção final, o sacerdote anunciou que seria feita uma homenagem às mulheres presentes, eis que naquela data se celebrava o Dia Internacional da Mulher.
Apresentaram-se duas senhoras. Uma delas, que falou aos presentes, improvisou uma breve mensagem em homenagem às mulheres e disse que ali estava em nome de várias entidades, entre as quais o Diretório Estadual do PMDB Mulher – Núcleo Mulher.
Feito isso, foi enfática em ressaltar os agradecimentos das entidades mencionadas ao Diretório do PMDB Mulher, “presidido pela deputada Elcione Barbalho”.
A esta altura, entre murmúrios de insatisfação que se ouviam na igreja, somava-se o visível constrangimento do sacerdote, que, ao que tudo indica, não poderia prever que o discurso fosse chegar àquele ponto, de referir-se explicitamente a um partido e a uma parlamentar.
E para completar, ao final da missa, todos os que se dirigiam à saída da igreja ainda foram brindados com a entrega de um fôlder, que tem em sua parte frontal o símbolo do PMDB e deixa bem claro que aquela homenagem foi iniciativa do PMDB Mulher – Núcleo Pará. O poster tem em mãos um desses fôlderes.
Não cabe discutir o mérito da atuação da deputada Elcione Barbalho em favor do segmento feminino e de quaisquer outros. Não cabe aqui, além disso, discutir o mérito do trabalho que o PMDB Mulher faz ou deixa de fazer.
O que se discute é que celebração como aquela não era o local apropriado para a participação – mesmo por representação de interpostas pessoas – nem do PMDB Mulher, nem do PSDB Mulher, nem do PT Mulher, nem do PDT Mulher, de Partido Nenhum Mulher.
Celebrações religiosas são momentos de recolhimento espiritual. Quem vai a uma missa quer afastar-se, por uma hora que seja, de atos de proselitimo político. Seria tolerável por todos os presentes até mesmo uma homenagem prestada por entidades que não têm natureza político-partidária. Quando entrou partido político no meio, então o que era homenagem virou motivo de insatisfação para as homenagens e muitos dos outros presentes à celebração.A lição deve ser apreendida, para que das próximas vezes as homenagens durante missas não guardem conotações político-partidárias. Por mais remotamente que sejam.
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