No AMAZÔNIA:
O preparador físico do Paysandu, Wellington Vero, foi preso logo após o jogo contra o Castanhal, ontem pela manhã, no Estádio Maximino Porpino, acusado de injúria racial. Segundo o delegado Alberto Teixeira, que estava de plantão na Seccional Urbana de Castanhal, o fisicultor foi detido por injúria qualificada, por ter dito palavras de cunho racista contra o gandula Cézar Espírito Santo de Souza, 23, que trabalhava no jogo.
De acordo com a denúncia, no final do primeiro tempo da partida, quando o Paysandu já perdia por 1 a 0, Vero teria ficado irritado com a atitude do gandula que estaria atrasando propositalmente a reposição de bola. A partir daí, o fisicultor teria passado a ofender o rapaz, inclusive o chamando de 'macaco'.
Depois de ouvir a ofensa, o gandula comunicou o fato à guarnição da Polícia Militar, que fazia a segurança da partida. Orientado a registrar queixa contra Wellington Vero, ele saiu direto do estádio para a Seccional de Castanhal, localizada no bairro da Jaderlândia. Duas testemunhas - o funcionário da Prefeitura de Castanhal Fábio Corrêa e o jornalista Marcelo Filho - foram ouvidas na delegacia e confirmaram as denúncias.
Foi então que o delegado Alberto Teixeira, acompanhado de sua equipe de investigadores, foi até o estádio e, logo após a partida, conduziu Wellington Vero para a delegacia, onde ouviu os envolvidos no caso e determinou que o preparador físico ficasse detido até que um juiz determinasse o valor da fiança a ser paga por seus advogados. Por ter curso superior, Vero não pôde ficar na carceragem da Seccional junto com presos comuns. Até o início da noite de ontem, ele ocupava uma sala do setor administrativo da unidade policial.
O delegado explicou que o crime cometido por Vero não foi de racismo, mas injúria qualificada, com agravante de discriminação racial. 'O crime de racismo só ocorre quando um ato ou ofensa é direcionado à coletividade. Já no caso de uma ofensa direcionada a uma pessoa específica, o que ocorre é a injúria racial', afirmou Teixeira.
Ainda de acordo com o delegado, o crime de injúria racial está prevista no parágrafo 3º do artigo 140 do Código Penal Brasileiro. A pena prevista é de um a três anos de reclusão. O relaxamento da prisão em fragrante só poderá ocorrer depois que um oficial de Justiça apresentar um alvará de soltura com o comprovante do pagamento de uma fiança fixada por autoridade judicial da comarca onde o crime foi cometido.
O gandula Cézar Espírito Santo de Souza, que acusa Wellington Vero de tê-lo chamado de 'macaco', entre outras ofensas, disse que trabalha há três anos em jogos promovidos pela Federação Paraende de Futebol (FPF), principalmente em Castanhal, e que jamais havia passado por uma situação contrangedora como a de ontem. O rapaz disse ainda que só teve coragem de denunciar o fisicultor porque as ofensas foram testemunhadas por outras pessoas.
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