Em O ESTADO DE S.PAULO:
O Equador e a Venezuela insistiram ontem que a crise diplomática com a Colômbia não será encerrada sem uma condenação da Organização dos Estados Americanos (OEA) ao governo colombiano pelo mortífero ataque de sábado contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território equatoriano.
A advertência foi feita um dia após a OEA aprovar o texto de uma resolução na qual a Colômbia admite ter violado a soberania e a integridade territorial do Equador, mas que não condena nem sanciona o governo de Bogotá. O acordo foi alcançado entre Equador e Colômbia depois de 14 horas de intensas negociações e a mediação de Brasil, Chile e Argentina.
O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, admitiu ontem que ainda falta muito para superar a crise, apesar do acordo alcançado na quarta-feira. Insulza liderará uma missão que irá ao Equador e à Colômbia para analisar o incidente e preparar um relatório que será apresentado na reunião dos chanceleres da OEA, no dia 17, quando a resolução será votada.
Numa mostra de que a questão ainda não está resolvida, o embaixador da Colômbia na OEA, Camilo Ospina, advertiu que, se for comprovado que Equador e Venezuela financiaram as Farc, os dois países poderiam ser sancionados por patrocinar o terrorismo. A Colômbia diz ter encontrado em computadores apreendidos das Farc documentos comprovando apoio de Quito e de Caracas à guerrilha.
O presidente equatoriano, Rafael Correa, e seu colega venezuelano, Hugo Chávez, pediram ontem uma condenação “contundente” contra Bogotá, mas admitiram que o acordo alcançado na OEA é um primeiro passo para aliviar a crise.
“Se o Equador não obtiver uma condenação contundente da OEA à agressão da Colômbia, buscará uma satisfação por seus próprios meios”, advertiu Correa, que chegou a Caracas na noite de quarta-feira, depois de se reunir em Brasília com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tanto o Equador quanto a Venezuela enviaram tropas à fronteira com a Colômbia. “Se essa agressão ficar impune, a OEA não servirá para nada e teremos de jogá-la no lixo da história. Por isso, esperamos uma condenação da reunião do dia 17”, disse Correa.
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