Na FOLHA DE S.PAULO:
Em tumultuada sessão na madrugada de ontem, a base de sustentação do governo no Senado aprovou a medida provisória que cria a Empresa Brasil de Comunicação -a TV Brasil.
O líder do governo, Romero Jucá (PMDB), recorreu a uma manobra para liberar a pauta de votação e aprovar a MP por voto simbólico, o que surpreendeu a oposição. Sem alternativa, oposicionistas abandonaram o plenário para tentar impedir a votação, mas não tiveram sucesso. A MP seguirá para sanção do presidente Lula.
O processo de votação durou oito horas. A principal tática oposicionista foi esticar ao máximo os prazos para discursos, intervenções e apartes a fim de esvaziar o plenário. Não deu certo. Os governistas ficaram esperando a hora de votar.
O momento mais tenso da sessão ocorreu quando Jucá deu início à manobra para antecipar a votação. Ele pediu para ser relator da MP seguinte da pauta, a de número 397. Considerando-a sem relevância e urgência, Jucá recomendou que a base aliada votasse contra.
Surpreso, o líder do PSDB, Arthur Virgílio, disse: "Confesso que é como se eu tivesse recebido um "hook" [gancho] no fígado. Não entendi. Romero Jucá votou contra o governo". Tasso Jereissati (PSDB) protestou: "É palhaçada".
Diversos oposicionistas pediram a palavra ao mesmo tempo, tumultuando a sessão, com quase todos os microfones abertos. A maioria defendeu que o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB), encerrasse a sessão. Garibaldi fez um discurso com críticas ao governo e à oposição. "Já tenho um mandato muito curto (...). Se quiserem encurtá-lo ainda mais, que o encurtem, mas não vou abrir mão das minhas convicções", disse, defendendo o modo como conduziu a sessão.
À 1h30, oposicionistas decidiram abandonar o plenário em protesto. Na tarde de ontem, prometeram colocar empecilhos em todas as votações.
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