terça-feira, 15 de setembro de 2020

PF faz buscas e apreensões em cinco municípios do Pará, durante operação que investiga fraudes de R$ 150 milhões



A devastação - avassaladora, cruel e criminosa - de biomas naturais, como os da Amazônia e do Pantanal, não se faz apenas através de queimadas, que extremistas
direitosos são incapazes de admitir (porque são fanáticos, é claro).

A devastação também se faz através da corrupção escandalosa, operada nos subterrâneos por quadrilhas integradas, não raro, por empresários interessados em cevar-se na exploração irregular de madeira.

Nesta terça-feira (15), a Justiça Federal do Distrito Federal deu um passo relevante para desvendar parte desses esquema criminosos ao autorizar a Operação Tokens, deflagada pela Polícia Federal para investigar fraudes em certificados digitais de fiscais e gestores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Vejam imagens nas fotos acima, divulgadas pela PF.

A Justiça Federal expediu cinco mandados de prisão e 48 de busca e apreensão para execução em 29 cidades de Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal. No Pará, segundo a PF, foram efetuadas buscas e apreensões nos municípios de Tomé-Acu, Paragominas, Tucuruí, Xinguara e Redenção.

As fraudes tiveram como beneficiários proprietários rurais e empresários do ramo de exploração florestal e agropecuária com áreas embargadas nos estados do Pará e Mato Grosso. Foram constatados 122 desembargos irregulares em nome 54 pessoas físicas ou jurídicas, com potencial prejuízo para a União da ordem de R$150 milhões em multas não recolhidas e descumprimento de embargos em áreas ambientais sensíveis da Amazônia legal.

O inquérito, segundo a PF, foi instaurado a partir da identificação, pelo Ibama, da fraudes ocorridas contra diversos de seus superintendentes, agentes e fiscais com o uso de tokens expedidos indevidamente por terceiros falsificadores. Houve colaboração de informações de inteligência entre o Ibama e PF para levantamento dos fraudadores, beneficiários e suposto envolvimento de outros intermediários e servidores públicos.

Em levantamentos iniciais realizados no âmbito da PF, fora identificada quadrilha já investigada pela PF no estado de Goiás, e a conexão com diversas fraudes ocorridas em todo o Brasil, tendo como beneficiários principais grandes propriedades rurais localizadas nos estados do Pará e do Mato Grosso. Essas fazendas têm como sócios pessoas físicas e jurídicas de diversos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

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