quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Hydro Alunorte encerra suas atividades no Pará



A refinaria Hydro Alunorte anunciou na manhã desta quarta-feira (03), em seu site, que decidiu suspender totalmente suas atividades. Essa é uma das consequências do desastre ambiental ocorrido em fevereiro deste ano, que contaminou as águas do município de Barcarena de rejeitos químicos, conforme constataram laudos do Instituto de Perícias Científicas.
A suspensão das operações da empresa foi anunciada através de nota oficial. O teor, na íntegra, está abaixo e pode ser lido também aqui.

A refinaria de alumina Hydro Alunorte anuncia hoje, 3 de outubro, que a planta suspenderá totalmente sua operação. A decisão foi tomada após se verificar que a área de depósito de resíduos de bauxita 1 (DRS1) está próxima de atingir sua capacidade, devido ao embargo que impede o uso do filtro prensa, tecnologia de última geração, e da recém-desenvolvida área de depósito de resíduos de bauxita (DRS2).
outubro 3, 2018
A Alunorte está operando com 50% de produção desde março, após embargos das autoridades brasileiras. As autoridades ambientais confirmaram que não houve vazamento ou transbordamento das áreas de resíduos. Os embargos impediram a Alunorte de utilizar a mais nova área de depósito de resíduos de bauxita (DRS2), que estava em comissionamento em fevereiro, e a tecnologia de filtros prensa, que representam um investimento de mais de R$ 1 bilhão. O filtro prensa é a tecnologia mais moderna e sustentável para depositar resíduos de bauxita, reduzindo a área de armazenamento necessária e a pegada ambiental. A Alunorte desde o embargo fez esforços sem sucesso junto as autoridades para ter permissão para utilizar o filtro prensa, bem como o DRS2. 
Devido ao embargo, a Alunorte foi forçada a operar apenas o DRS1, que foi originalmente planejado para ser encerrado, e os filtros tambor menos eficientes. O DRS1 está, portanto, se aproximando de seu fim de vida mais rápido do que o previsto, forçando a Alunorte a tomar a decisão responsável de encerrar temporariamente 100% de suas operações. Isso terá efeito imediato na mina de bauxita de Paragominas, que também suspenderá 100% das operações. Tanto a Alunorte quanto a mina de Paragominas iniciaram o processo de desligamento com segurança. 
“Nosso time tem trabalhado duro nos últimos sete meses para manter operações seguras e preservar empregos. Este é um dia triste, pois temos a tecnologia mais avançada do mundo para continuar com operações seguras, que estamos impedidos de utilizar. Isso afetará empregos, comunidades, fornecedores e clientes”, diz John Thuestad, Vice Presidente Executivo de Bauxita & Alumina da Hydro.
A Hydro está trabalhando em colaboração com os sindicatos e fará o máximo para reduzir as consequências para os empregados, mas a decisão de paralisar as operações da Alunorte e da Mineração Paragominas afetará empregos diretos e indiretos em ambas as unidades.
Embora seja cedo demais para determinar o impacto total, a decisão de paralisar a Alunorte e a Mineração Paragominas terá consequências operacionais e financeiras significativas, potencialmente também para o portfólio de alumínio primário da Hydro, incluindo a Albras.
“Continuaremos trabalhando de forma construtiva com as autoridades para suspender o embargo e retomar as operações, a fim de restabelecer a Alunorte como a maior refinaria de alumina do mundo”, diz Thuestad.
Histórico
Nos dias 16 e 17 de fevereiro, a cidade de Barcarena, onde está localizada a refinaria de alumina Alunorte, foi atingida por chuvas extremas que se estenderam pelos dias seguintes, causando alagamentos na região.
Auditorias internas e externas confirmam que não houve vazamento ou transbordo dos depósitos de resíduo de bauxita e não há indícios de contaminação decorrentes do evento da chuva de fevereiro.
Desde 1º de março, a Alunorte opera com uma redução de 50% na sua capacidade por determinação da Justiça, que acatou pedido da SEMAS. Consequentemente, a mina de bauxita de Paragominas e a Albras também reduziram suas produções em 50%.
Tanto a refinaria quanto a mineradora concederam férias coletivas para cerca de mil empregados para mitigar os impactos da redução das atividades. Em julho, a Mineração Paragominas precisou suspender temporariamente os contratos de trabalho de 80 empregados e reduzir 175 posições terceirizadas.
Em 5 de setembro, a Alunorte assinou dois acordos representando um marco para retomar as operações normais. Os contratos incluem um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado entre a Alunorte - Alumina do Norte do Brasil SA, a Norsk Hydro do Brasil Ltda, o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), o Governo do Estado do Pará, representado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS). Além disso, foi assinado um Termo de Compromisso (TC) social entre a Alunorte - Alumina do Norte do Brasil SA e o Governo do Estado do Pará. O TAC promove melhorias técnicas, auditorias, estudos e pagamentos de cartões de alimentos para famílias que vivem na área hidrográfica do rio Murucupi, enquanto o TC aborda esforços adicionais e investimentos relacionados ao desenvolvimento social das comunidades em Barcarena. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Eles fazem a merda, com a conveniência ($) dos órgãos de fiscalização, e depois despejam os dejetos na população. Daí, para continuar fazendo a "cacada", dá uma de quer sair do Pará. Lógico que não quer, vai deixar esta mamata para outra empresa?