quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Candidatura própria do PT é inviável, avalia petista

Zé Geraldo (PT-PA): sem aliança, petistas perderiam tanto para o governo do Estado como para o Senado
O lançamentoda pré-candidatura do deputado federal Cláudio Puty ao governo do Estado pelo PT, em contraposição à aliança que o partido pretende fazer com o PMDB, que indicaria Helder Barbalho ao governo, em dobradinha com Paulo Rocha para o Senado (PT), começa a ter leituras e avaliações bem diversas das que pretendem propagar alguns segmentos petistas, quando defendem a tese da candidatura própria, pelo menos no primeiro turno.
O deputado federal Zé Geraldo é uma das lideranças do PT que prefere reduzir a criação dessa frente a nada mais, nada menos do que a expressão daquilo que, em conversa com o Espaço Aberto por telefone, classificou de “um momento de dificuldades por que vem passando a Democracia Socialista”.
Uma das tendências – ou alas, como preferem muitos petistas – internas do PT, a Democracia Socialista, a DS, nunca foi expressiva, inclusive e sobretudo no Pará. Mas encorpou bastante por aqui, quando dois de seus integrantes ascenderam ao cenário político no Estado.
Uma das integrantes que subiram de cotação no cenário político paraense foi Ana Júlia Carepa, que se elegeu a primeira governadora do Pará em 2006 e, antes disso, já vinha despontando como uma das principais lideranças e puxadoras de voto do PT, como nas eleições em que se elegeu deputada federal e posteriormente senadora.
A outra estrela da DS foi Cláudio Puty, que terminou o governo Ana Júlia na condição de todo-poderoso chefe da Casa Civil e, por conta disso, acabou se elegendo com 120.881 votos, o terceiro mais votado entre os quatro deputados federais do PT que se elegeram em 2010.
Zé Geraldo avaliou para o Espaço Aberto que a DS encontra-se atualmente num dilema: só tem dois candidatos para lançar a deputado – justamente Ana Júlia e Puty. E sabem todos, no PT e fora dele, que apenas um deles vai se eleger. É aí, na opinião de Zé Geraldo, que podem se concentrar as motivações que animam parte dos petistas a apoiar a frente aprovada na última segunda-feira à noite.

“DS atravessa momento difícil”
“A pré-candidatura do Puty é resultado desse momento difícil que a DS vem atravessando. E ele próprio também está numa situação difícil, porque sabe que a DS tem dois pretendentes a disputar o mandato de deputado federal. E o Puty, se concorrer juntamente com a Ana Júlia, não se elegerá. Ele sabe disso. Por isso é que coloca seu nome como pré-candidato ao governo, porque ele não tem nada a perder com isso”, avalia Zé Geraldo.
O deputado admite com válido o debate que se pretende travar em torno de uma eventual candidatura própria do PT, mas acha que dificilmente conseguirá entusiasmar e convencer a ampla maioria petista em acolher a tese da candidatura própria.
“A intenção, como o Puty diz, é fazer um debate, que ainda nem tem data marcada. Mas acho que será um debate infrutífero. O PT não tem chance eleitoral nenhuma se lançar candidato próprio a governador e esse candidato for o próprio Puty. Teria que ser um candidato com maior densidade eleitoral, como a própria Ana Júlia ou mesmo o Paulo Rocha. O meu nome mesmo já chegou até ser cogitado. Mesmo assim, não temos condições nenhuma de ganhar se não fizermos uma aliança com o PMDB”, afirma Zé Geraldo.
“Acho que o PT não pode disputar eleição apenas para marcar posição, como aconteceu no ano passado, nas eleições municipais em Belém. A candidatura do Alfredo Costa, como se viu, foi um fiasco porque o partido se contentou em marcar posição com um candidato próprio. Para o governo, se fizermos a mesma coisa, o partido vai mostrar fraqueza e poderá perder a eleição tanto para o governo como para o Senado”, adverte o parlamentar.
Ele admitiu que, no último ano do governo Ana Júlia, notabilizou-se com uma das poucas vozes petistas, senão a única, que publicamente foi à tribuna da Câmara para criticar de forma contundente o PMDB, acusado de boicotar o governo Ana Júlia ao unir-se aos tucanos para criar obstáculos à aprovação, na Assembleia Legislativa, de empréstimos do governo federal que àquela altura eram vitais para administração estadual. O Espaço Aberto publicou na época das postagens (leia aqui e aqui) divulgando as críticas de Zé Geraldo.
“Fiz pronunciamentos em que preguei uma mobilização popular em defesa do Pará. Naquele momento, o governo Ana Júlia estava em um momento de fragilidade e o próprio PT se encontrava dividido em relação à política de alianças. Eu, então, acabei ficando sozinho na história, mas não deu outra: perdemos as eleições”, recorda Zé Geraldo.
O parlamentar considera, no entanto, que as críticas feitas ao PMDB, em 2010, eram pontuais e decorriam de um momento que exigia o posicionamento público do PT. Agora, diz Zé Geraldo, as circunstâncias são outras. E apontam para a aliança com o PMDB como o caminho mais viável para contemplar as pretensões eleitorais petistas.

7 comentários:

Anônimo disse...

Nós de Bragança fechamos com PUTY. Fora Helder! Fora Simone! Fora com os Barbalho!

Anônimo disse...

A posição do deputado Zé Geraldo, a respeito de candidatura própria do Partido dos Trabalhadores ao governo do Pará, reflete um comportamento generalizado das lideranças partidárias do grupo político hegemônico, cujo comportamento vem fazendo o partido perder importância no quadro local, levando-nos à condição de mera moeda de troca a ser usada pela direção nacional.
Com efeito, desde que essas lideranças passaram a ser nossos representantes no Poder Legislativo, notadamente no plano federal, o PT trocou o protagonismo nos grandes debates da conjuntura por uma postura que passou a dialogar em silêncio com corporações e segmentos sociais, transformando esses mandatos em instrumentos dos interesses desses segmentos e corporações. Claro que isso é extremamente positivo na medida em que reflete uma postura política pautada no compromisso de estar ao lado daqueles que os ajudaram a conquistar seus respectivos mandatos.
No entanto, isso não responde por tudo aquilo que se espera de um parlamentar eleito por um partido de esquerda, principalmente em um estado com tantos problemas estruturais surgidos após o fim de um ciclo econômico que nos legou o retorno à condição de província, em que nossas riquezas continuam a ser exploradas economicamente com ganhos mínimos para a nossa população, sob a conivência de um sem número de oportunistas que não demonstram o mínimo pudor em expor a distância existente entre suas intenções e gestos, traduzidos pela omissão conivente quando lhes convém, como é o caso da famigerada Lei Kandir ou na cumplicidade com a Vale; auto absolvendo-se, com o mesmo cinismo, recorrendo ao esfarrapado discurso da discriminação ao Pará, como se a inoperância e má-fé de décadas de mandatos tivessem seus fracassos justificados por esse álibi mambembe, espécie de versão tecnobrega da 'Teoria Conspiratória'.
Por mais absurdo que possa parecer, foi o deputado Cláudio Puty, marinheiro de primeira viagem, o único que disponibilizou o seu mandato para debater aqui e no Congresso Nacional temas como o Super Simples, Lei Kandir, reforma agrária, investimentos no estado, enfim, dispôs-se a discutir a macropolítica sem pensar apenas no mandato seguinte. Que ocupou um espaço como há muito não se via um deputado federal do PT ocupar. E não se trata de referência a artigo dominical em jornal de grande circulação em Belém. Está se falando de alguém cujo desempenho o levou a ocupar espaços relevantes na Câmara Federal e ensejou ao DIAP destacar sua atuação apesar, repita-se, de ser um estreante.
Por isso, quando o deputado Zé Geraldo faz pouco caso das nossas chances eleitorais ele parece esquecer que isso não ocorre por acaso, mas porque o comportamento dos que deveriam representar o projeto político petista optaram pela semelhança com o comportamento daqueles que muitas vezes fazem oposição ferrenha a nós, por isso só fazendo política resgataremos nosso protagonismo de volta, sem precisar submeter companheiros valorosos como Mário Cardoso e Alfredo Costa a vexames eleitorais dos quais eles não tiveram culpa. Apenas foram vítimas do pragmatismo resignado que adotamos e que levou à desimportância que hoje nos assola.

Anônimo disse...

O Governo Ana Júlia deu errado pq qjem mansava em tudo era o Puty. Será que nós petistas temos a memória fraca.

Anônimo disse...

"Companheiros, quem bate esquece, que apanha deve se lembrar": PMDB apóia PT/Ana Júlia na disputa com o PSDB/Almir Gabriel: Ana Jília Governadora.
PMDM apóia PSDB/Jatene contra PT/Ana Júlia. Almier Gabriel apóia PT/Ana Júlia contra PMDB e PSDB/Jatene.
PMDB mamou na teta do Governo da Ana Júlia por trê anos e "debandou" próximo à derrocada.
PMDB mamou três anos na teta do Governo Jatene e abandonou.
Se o PMDM como "aliado" não chega ao final doss mandatos com os companheiros, se eles chegarem na cabeça do Governo o que eles farão com os aliados? Perguntem à Ana Júlia e ao Jatene.

Anônimo disse...

um candidato com maior densidade eleitoral, se faz ou o pt faz, olha so o exemplo eles estavão la em baixo na presaquisa https://www.facebook.com/photo.php?fbid=740707455939788&set=a.684770604866807.1073741829.100000016225083&type=1&theater

Anônimo disse...

um candidato com maior densidade eleitoral no pará, se faz ou o pt faz, olha so o exemplo eles em sao paulo haddad e padilha, estavão la em baixo na presaquisa

Anônimo disse...

um candidato com maior densidade eleitoral no pará, se faz ou o pt faz, olha so o exemplo eles em sao paulo haddad e padilha estavão la em baixo na pesquisa, o H venceu e padilha ja esta na disputa