quinta-feira, 14 de julho de 2011

Quebra de sigilo telefônico adianta pouco. Muito pouco.

Anônimos - nem um, nem dois, nem três - entram aqui no Espaço Aberto e, na melhor das intenções, apresentam sugestão das mais louváveis para que a OAB descubra um dos pontos, digamos, mais enigmáticos deste angu todo que se tornou a venda de um imóvel da Subseção de Altamira.
O ponto talvez mais enigmático talvez seja este: a assinatura do vice foi ou não falsificada?
A sugestão dos Anônimos - louvável, repita-se - é esta: que se quebre o sigilo telefônico da dra. Cynthia Portilho, assessora da presidência da Ordem, e do dr. Evaldo Pinto, vice-presidente da entidade.
Olhem, Anônimos, boas intenções à parte, isso não resolverá nada.
Absolutamente nada.
Só para rememorar, caros Anônimos, remember trecho da nota da presidência da OAB, ao revelar que a autora confessa da falsificação foi a própria advogada Cynthia Portilho.
Diz assim a nota da Ordem:

A comissão [de sindicância] analisará a denúncia feita pelo próprio vice-presidente Evaldo Pinto assim como a informação prestada pela chefe do Jurídico da OAB-PA, Cynthia de Nazaré Portilho Rocha, que colocou seu sigilo telefônico à disposição, de que teria sido ela a autora da assinatura, feita a pedido do vice-presidente, sendo esta, segundo ela, uma prática recorrente durante sua ausência.

Viram aí?
A dra. Cynthia já pôs seu sigilo telefônico à disposição.
Pra quê?
Pra mostrar que ela, provavelmente a partir da reunião do Conselho, na noite de 29 de junho, manteve contato com o vice Evaldo por telefone.
Mas isso já não é nenhum mistério.
O próprio vice, em entrevista ao Espaço Aberto, confirmou com todos os efes e erres que realmente recebeu uma ligação de Cynthia Portilho na noite do dia 29 e falou com ela, de novo, no dia 30, quando mandou "suspender" toda a operação da venda.
Remember parte da declaração do vice da OAB ao blog:

Eu disse a ela que não iria a Belém para assinar o documento. Mas se era urgente, a alternativa seria mandá-lo pra mim que eu assinaria. Ela, a dra. Cynthia, ainda me disse que não havia motorista naquela hora. E ficou tudo por isso mesmo. O documento a que ela se referia não foi pra mim na quarta-feira à noite.

Pronto.
Mas a constatação que a dra. Cynthia ligou para o dr. Evaldo, e o dr. Evaldo ligou para a dr. Cynthia adianta?
Não muito.
Porque nunca se saberá, ao certo, o que ambos conversaram.
A menos que a grampolândia tivesse se instalado lá pela OAB, o que não se supõe tenha acontecido.
Pois então, Anônimo, a quebra do sigilo telefônico adiantará um pouco, mas não muito, eis que não se sabe o conteúdo das ligações.
Será preciso que os inquéritos policiais e a própria comissão de sindicância do Conselho Federal juntem os casos e colham vários fatos para saber, afinal, quem está dizendo a verdade.
Se a dra. Cynthia, que diz ter falsificado a assinatura com autorização do vice.
Ou se o dr. Evaldo, que afirma jamais ter feito isso.

2 comentários:

Anônimo disse...

Essa coisa de falsificar assinatura, e usar documento falso, dá cadeia!!!!
Será que a diretora da OAB não vai bater com o costado na delegacia?
todos devem bater com o costado na fderal....

Anônimo disse...

Talvez seja uma forma de desviar o foco verdadeiro. Já era previsto esse tipo de procedimento. Espero que a comissão de sindicância do CF não se deixe enganar...aliás, torço para que faça um bom trabalho.