terça-feira, 23 de novembro de 2010

"Satiagraha foi trabalho mal feito e direcionado"

Por Maurício Cardoso, do Consultor Jurídico

Perguntado se escreveu o livro O Escândalo Daniel Dantas – Duas Investigações em defesa do banqueiro mais acusado do Brasil, o jornalista Raimundo Pereira Rodrigues, autor da obra, diz que não, que escreveu o livro para defender uma tese. E sua tese é de que a transformação de Daniel Dantas em bode expiatório do processo de privatização das telecomunicações foi uma decisão política do governo Lula.
Se era esse o objetivo, o governo teve êxito total: a telefonia privatizada vai muito bem, obrigado, e Daniel Dantas está fora do mercado de telecomunicações. Em seu livro, no entanto — e é isso que o torna indispensável para quem se interessa pela Justiça e pelo Direito —, Raimundo Pereira disseca a participação da polícia, do Ministério Público e da Justiça nessa campanha de demonização de um cidadão.
Sobra também para os homens de negócio e de finanças e sobretudo para a imprensa. E em geral, pode-se aplicar a cada um deles o veredito que o autor faz do trabalho do delegado Protógenes Queiroz, o homem que assumiu de peito aberto a cruzada de destruir Daniel Dantas: “A opinião sobre o trabalho de Queiroz é a pior possível”.
Em quase três horas de entrevista para a Consultor Jurídico, Raimundo Pereira discorreu sobre o conteúdo de O Escândalo de Daniel Dantas. Jornalista consagrado, com mais de 40 anos de estrada, Raimundo Pereira surpreendeu ao relativizar um dos direitos considerados fundamentais para o jornalista: o sigilo da fonte. Segundo ele, o direito não pode servir para acobertar mentiras. E se o jornalista publica uma informação que não tem como ser comprovada por outros meios, ele tem de revelar quem foi que lhe contou, ou o caminho que o levou até lá. Seu ponto de vista pode ser surpreendente, mas faz todo sentido.

Mais aqui.

2 comentários:

Anônimo disse...

Dez entre dez matérias do conjur são favoráveis a Dantas. Por que será???

Anônimo disse...

Esse negócio de os fins justificarem os meios tem mesmo que acabar.
O protógenes já condenado em primeira instância.