terça-feira, 23 de novembro de 2010

Abram-se as caixas. Que se abram as caixas verdes!


Então é assim.
Decididamente, entrevistas coletivas quase sempre nunca são um bom momento para arrancarmos boas informações.
Nas entrevistas coletivas, as verdades produzidas são aquelas mais, como diríamos, convenientes.
Foi o caso da entrevista coletiva de ontem.
Convocaram-na as assessorias dos doutores Edilson Rodrigues e Sérgio Leão, o primeiro secretário de Governo, o segundo economista e chéf dos mais catigurizados.
Ambos (numa das fotos acima) coordenadores das equipes de transição, Rodrigues o de Ana Júlia, Leão o de Jatene.
O que, a rigor, informou-se na coletiva?
Nada.
A rigor, nada.
O melhor mesmo está mesmo dentro dessas cinco caixas verdes que aparecem na foto.
As caixas guardam praticamente a metade das informações solicitadas pelos operadores da transição de Jatene aos de Ana Júlia.
Nas versões oficiais, inclusive na que está disponível no site da Agência Pará, chamam atenção apenas dois números.
Aliás, ao que parece, os dois únicos números mencionados na entrevista coletiva de ontem à tarde.
Um deles: Sua Excelência o doutor Edilson Rodrigues informou que a tropa de temporários do Estado se resume a cerca de 700.
Mas só?
Apenas e tão somente isso?
A Asconpa (Associação dos Concursados do Pará) sustenta todo dia, o dia todo que há 6 mil concursados à espera de nomeação.
Além disso, a Asconpa informa, quase todo dia, que temporários continuam a ser nomeados. Só num dia desses foram 130 de uma só talagada.
Então, é isso mesmo? São apenas 700?
Outro número: R$ 12 milhões a R$ 40 milhões. Esse foi o valor informado pelo secretário de Governo sobre o montante pendente de pagamento de precatórios.
Mas só?
Pelo sim, pelo não, é melhor que se abram as caixas.
Abram-se, pois, as caixas verdes.
Como as caixas da AGE, elas certamente poderão revelar um perfil mais aproximado da realidade do govero Ana Júlia.
Abrindo-as, poderemos saber, afinal, que tipo de verdade teremos.
Se a verdade verdadeira ou se a verdade conveniente.

4 comentários:

Bia disse...

Bom dia, caro Paulo:

há que ver coerência nas informações. Se os precatórios vão de 12 a 40 milhões, porque os temporários não poderiam ir de 700a 6 mil?

Acho que tem lógica! Só não tem para rabujentos como você e eu!


Abração.

Anônimo disse...

As caixas da AGE contém conteúdos nada confiáveis. São relatórios de auditoria interna com a finalidade de promover correções de possíveis falhas, e raramente ilegalidades. Existem nesses relatórios aberrações jurídicas insanáveis, desvio de conceitos, técnica e metodologia de auditoria tendenciosa, desconhecimento da realidade, verdadeiras piquinhas de só menos importância, muitos erros de português mas muitos mesmo, falso juízo de atos administrativos, casos evidentes de desregramento pedagógico. Não é que Jatene deva esquecer as caixas da AGE, não é isso, mas seus relatorios devem ser estudados com muito critério por pessoas experientes, antes de assumí-los como verdade real. Soube que o MP está encontrando dificuldades para processar as informações e delas tirar alguma conclusão.

Anônimo disse...

Meu querido anônimo das 11:42 "metodologia de auditoria tendenciosa" é ótima, imagina se a auditora não fosse do peito da governadora!!! Eu concordo com você que nos relatórios existem - em alguns, eu disse em alguns - verdadeiras aberrações jurídicas. Eu li alguns desses relatórios, talvez seja inexperiência ao interpretar a norma jurídica. Para bem se desincumbir dessa atribuição é preciso ter certa intimidade com a hermenêutica do direito. Porém, regra geral, foram cometidos crimes de dificil defesa, estão todos devidamente documentados. Eu nunca tinha visto coisa igual, uma mistura de burrice, imcompetência, arrogância e gatunagem. Não vi nenhuma dificuldade do MP enquadrar todos. Acredite anônimo, ingênuo era o que menos se via zanzando pelas secretarias. Até na liberação de simples diárias e na aplicação de suprimento de fundos tinha esperto querendo tirar o seu. Ah! isso você deve saber. A tentativa foi boa, mas se desmacha no ar quando cotejada com os documentos e as provas. Ingenuidade NÃO!

Anônimo disse...

Estou com o Anônimo das 11:42 - o relatório da AGE referente à SUSIPE contém erros crassos de avaliação do Estatuto das Licitações. Num dos itens, por exemplo, sugere a Comissão de Licitação deveria contratar uma empresa com preço que era 100% (cem por cento)abaixo do preço estimado pelo Setor de Compras da própria instituição. Ou seja, recomendou - vejam que absurdo! - a contratação de uma empresa com preço inexequível, o que, como todos sabem é vedado pela lei.
A quem o relatório da AGE queria beneficiar ou prejudicar? Hummmmmmm...

Hoje, segundo soube, a ex-comandante da tropa, que mostrou tanta fúria persecutória, tem um blog no qual ataca sua ex-amiga e aliada (e derrotada!) política Ana Júlia Carepa (quanta gratidão!!!).

Me admiro muito que os servidores da AGE se tenham prestado para esse tipo de trabalho sujo, questionando o trabalho correto de muitos técnicos e advogados experientes com licitações.
Mas nada como um dia atrás do outro. Ou melhor, nada como uma eleição atrás da outra.

Agora, a verdade tem que ser dita: Que o trabalho da AGE foi vergonhoso, isso lá foi!!!

O futuro governador tem que fazer uma reformulação institucional, de cima a abaixo, na AGE, retirando-lhe esse perfil político e policialesco.

E também mandando realizar uma auditoria nas licitações lá feitas porque, como ensinavam os antigos romanos, "quem vigia os que nos vigiam?"