terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Laranja desconhecia empresa no Maranhão

Na FOLHA DE S.PAULO:

Apesar de aparecer como sócia da Itumar Distribuidora de Bebidas, a dona-de-casa Sílvia Maria Gomez Muniz, 46, afirmou em depoimento à Polícia Civil, em maio de 2006, "que nada sabe sobre as atividades da empresa", ou seja, ela seria mais uma laranja usada na intrincada rede societária da distribuidora de bebidas.
O Ministério Público do Maranhão investiga se o suplente de senador Edison Lobão Filho (DEM-MA) é sócio oculto da Itumar, empresa envolvida em rede de sonegação de impostos no Estado. A Itumar, diz a Promotoria, sonegou R$ 42 milhões desde 2000.
O objetivo do uso de laranjas seria livrar os verdadeiros donos da empresa de responder na Justiça e perante a Receita por eventuais crimes e sonegação da distribuidora de bebidas.
Na Junta Comercial, Sílvia Maria aparece como tendo comprado, em fevereiro de 2006, ou seja, três meses antes de seu depoimento, R$ 25 mil em ações da Itumar. O documento informa que ela comprou as ações de seu ex-marido José Rosalves Muniz, 51, que na época estava doente. Ele morreria dois meses depois. Muniz era faxineiro da Itumar.
No depoimento, Sílvia Maria afirmou que "somente nesta oportunidade", quando falava à Polícia Civil, "veio a saber que o marido era sócio da empresa". Ela não poderia, portanto, ter comprado as ações do marido.
Separada havia 15 anos, Sílvia Maria disse que Muniz "trabalhava com serviços gerais [na Itumar] servindo cafezinho e fazendo faxina".
A Itumar é administrada pelo empresário Marco Antonio Costa. Lobão Filho diz que Costa era "seu verdadeiro sócio" na Bemar, também distribuidora de bebidas. Costa não foi localizado ontem pela Folha para explicar a sociedade.
A Bemar foi transferida, em 1998, a laranjas, incluindo uma empregada doméstica. A responsabilidade pelo crime, segundo Lobão Filho, é de Costa.
O capital social da Itumar, segundo documento da Junta Comercial, é de R$ 3 milhões. No documento, Sílvia Maria aparece como sócia de Maria Vicentina, mãe de Marco Antonio Costa. Maria Vicentina é dona de 99,1% das ações.
Na investigação sobre sonegação, a Polícia Civil ouviu, além de Sílvia Maria, o empresário Marco Antonio Costa em maio de 2006. Costa disse que, em 1991, abriu a Itumar. "Entretanto, por ter restrições bancárias, colocou irmã [...] e prima [...] como sócias [...]. Posteriormente [...] foi admitida sua mãe Maria Vicentina."


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