segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Interrogatórios sobre Operação Rêmora na reta final

O juiz federal substituto Leonardo Augusto de Almeida Aguiar, da 3ª Vara, especializada em ações criminais, ouve nesta terça-feira, 22, a partir das 8h, o primeiro dos três últimos denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por envolvimento em supostos crimes descobertos pela Operação Rêmora.

Quem vai depor é o auditor do Tribunal de Contas dos Municípios, Luiz Fernando Gonçalves da Costa. No dia 24, quinta-feira, vai ser interrogado Macelo Gabriel, filho do ex-governador Almir Gabriel (PSDB). Por último, no dia 29 de janeiro, terça-feira próxima semana, será ouvido pelo magistrado o empresário João Batista Ferreira Bastos, o Chico Ferreira, que atualmente cumpre pena por ter sido condenado como mandante da morte dos irmãos Novelino, em abril do ano passado. Todos os depoimentos começarão às 8h.

Normalmente, são ouvidos por último os acusados a quem se atribui maior envolvimento nos alegados ilícitos. No caso do suposto esquema criminoso descoberto pela Polícia Federal, Luiz Fernando, Marcelo Gabriel e Chico Ferreira são descritos na denúncia como peças-chaves para a operação de um "grupo econômico" que fraudava licitações públicas e praticava crimes de sonegação previdenciária.

Veja, abaixo, trechos da denúncia do MPF que resumem a participação dos três últimos réus que serão ouvidos na 3ª Vara Federal:

 

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"Chico Ferreira e Marcelo Gabriel estão no topo da organização criminosa. Eles eram os responsáveis pelo direcionamento empresarial ilícito, a partir do contato com agentes públicos, bem como a definição da estrutura societária falsa, além do acobertamento do grupo diante da fiscalização previdenciária."

 

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"Chico Ferreira e Marcelo Gabriel agiam, ainda, fazendo contatos com dirigentes de outros órgãos e entidades da Administração Pública, como se observa em comunicações por meio eletrônico e telefônico."

 

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"A atuação da quadrilha da quadrilha, no âmbito dos municípios do Pará, era potencializada pela atuação do auditor do TCM Luiz Fernando Gonçalves da Costa, o qual agia junto às prefeituras, valendo-se do cargo que ocupa, para obter contratos para as empresas do grupo de Chico Ferreira e Marcelo Gabriel."

 

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"No modus operandi de Luiz Fernando Gonçalves da Costa (que, além de integrar a quadrilha de Chico Ferreira e Marcelo Gabriel, mantém outros negócios ilícitos autonomamente, relacionados ao desempenho indevido da função pública), pode-se notar que ele é responsável pelo escritório WS Assessoria S/C Ltda., o qual mantém contratos de prestação de serviços com prefeituras municipais, que também são fiscalizadas por ele, no exercício de sua profissão (Marabá, Breu Branco e Tucuruí)."

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