domingo, 9 de janeiro de 2022

Bolsonaro, o tarado


Bolsonaro nos agride.
Agride-nos não em nossa consciência de cidadãos, mas em nossa condição de humanos. Porque Bolsonaro, em suas atitudes, nem parece humano.
Compará-lo a nós, humanos, é um insulto à condição de quem tem raciocínio, de quem deve agir com racionalidade e, por essas e outras particularidades, distingue-se da irracionalidade animalesca das espécies mais selvagens que existem.
Tarado por mentiras, tarado pelo negacionismo, tarado por propagar imbecilidades, tarado por necropolíticas tenebrosas, tarado por cruéis e suas crueldades, Bolsonaro chama de tarados os que acreditam em vacinas e defendem a imunização de crianças na faixa dos 5 aos 11 anos, conforme aprovado cientificamente, tecnicamente pela Anvisa e conforme já vem sendo feito em vários outros países.
Sim, eu sou tarado por vacinas.
Já tomei três doses. Estou à espera de vacinar-me com mais 30, se isso for necessário para preservar a minha vida, dos mais próximos que me cercam e, enfim, de toda a coletividade.
Minha postura não é isolada, tenho certeza. É a mesma postura deve ser seguida por quase 145 milhões de brasileiros que já tomaram a segunda dose de imunizantes contra Covid-19.
Vendo Bolsonaro escabujar, debater-se no lodaçal de suas crenças mais obscuras, enquanto propaga crueldades, evoco artigo que o documentarista João Moreira Salles fez publicar na edição da revista Piauí, em julho de 2020. Em A morte e a morte - Jair Bolsonaro entre o gozo e o tédio, Salles escreve assim, num certo trecho do artigo:

A princípio, pode causar espanto a indiferença de Bolsonaro pelos mortos da pandemia, por brasileiros que, em boa parte, morreram em decorrência da forma catastrófica com que ele escolheu enfrentar a crise. Fez vítimas, portanto. A frieza se torna mais compreensível quando se observa o que lhe acelera o coração. Bolsonaro não se comove com a natureza, a arte lhe é estranha, a religião não passa de um adereço político, a ciência o ofende. Até o luxo parece deixá-lo indiferente. A violência, não. É quando fala nela que parece mais vivo e potente.

É isso.
Bolsonaro não se comove com nada, a não ser com aquilo que provém da realidade paralela em que vivem - ele e outros fanáticos.
Nada de crueldade que venha dele, portanto, deveria nos assustar.
Mas, convém reconhecer, ainda nos assusta.
E nos indigna muitíssimo.
Porque somos humanos.
Já Bolsonaro...

Um comentário:

Mirika Bemergui disse...

Perfeito!!Bolsonaro é tarado por crueldade, fato!!*Conhecereis a verdade e ela vos libertará* (ele diz sempre)todos já conhecem a VERDADE, so falta se LIBERTAR....