Impressionante como as lideranças - sobretudo as nacionais - do Rede Sustentabilidade estão, parece, meio temerosas de dizer claramente, com todas as letras, em português de Portugal, que a Justiça Eleitoral foi a verdadeira, única e exclusiva culpada, por meio dos cartórios, pela recusa do TSE em aprovar o registro do partido.
Sim, a ex-senadora Marina Silva já se referiu ao fato de que o Rede agora é o único partido posto na clandestinidade em pleno regime democrático.
Mas é preciso mais, meus caros.
É preciso muito mais.
Marina, e as lideranças que a cercam, precisam dizer mais detalhadamente o que verdadeiramente sabem.
É necessário que declinem, detalhadamente, os fatos que se tornaram essenciais para a recusa do TSE em aprovar o registro do Rede.
Precisam, se dispuserem de provas, carregar nas tintas verbais para responsabilizar, se for o caso nominando-os, os cartórios que mais diretamente se tornaram os responsáveis pela retenção de 80 mil assinaturas que não foram apreciadas a tempo.
Precisam, claramente, afirmar que os cartórios eleitorais não dispõem de estrutura suficiente para cumprir os prazos que lhes são cometidos por lei para desincumbirem-se da tarefa de atestar a veracidade e a autenticidade de assinaturas.
É preciso que digam, sem erres e efes, que o sistema atual poderá estar a serviço de poderes que, mesmo dissimulada e disfarçadamente, poderão interferir de maneira decisiva para tirar do páreo agremiações que poderiam ser mais uma opção para os eleitores.
Leitores há que poderão objetar, com pertinência, que desafiar de frente a Justiça Eleitoral não será de bom tom, porque a Justiça Eleitoral é que haverá, em todas as suas instâncias, de julgar eventualmente o Rede - quando vier a ser criado - e seus filiados.
Mas é preciso partirmos do pressuposto de que juízes são justos. E que continuarão justos mesmo quando se lhes opuserem críticas impessoais, destinadas a melhorar, a aperfeiçoar os controles democráticos.
Se as imperfeições continuarem e o silêncio perdurar, ou por outra, se as imperfeições continuarem e as críticas forem feitas de formas meio enviesadas, outras Redes continuarão atropeladas por fatores não inteiramente revelados, mas que precisam ser denunciados claramente, por representarem um atentado à liberdade de organização que a Constituição assegura.
2 comentários:
Caro poster, na entrevista pós decisão de juntar forças com o PSB, Marina disse claramente que:
- os cartórios eleitorais que detonaram sem explicação as assinaturas estão situados, todos, na região do ABC paulista, conhecido reduto lulo-petista;
- que a média de assinaturas recusadas em outros locais foi em torno de 17%. No ABC, a média foi de espantosos 72%, coincidência não?!
- quem detonou o registro foi o "planalto".
Ainda precisaria sitar nomes?!
Quem ficou incomodado após a corajosa decisão de Marina?
Quem esta nervoso agora?
Parabéns corajosa Marina!!
Xô republica viciada!
A música diz tudo: pra tarja preta, tem de ter receita, cumpanherus nervosos!! rs
Marina não pode reclamar da Justiça Eleitoral porque não houve nenhuma novidade na apreciação do pedido da Rede. No registro de todos os partidos milhares de assinaturas são rejeitadas por não conferirem com o cadastro eleitoral. A teoria da conspiração dos cartórios do ABC se desfaz quando se vê que o segundo maior número de rejeições veio dos cartórios de Brasília, onde Marina venceu as últimas eleições. Tanto todos partidos enfrentam esta dificuldade que basta ver a notícia do portal Terra em 2011, quando da criação do PSD :
"Quando do pedido de registro, os advogados do PSD apontaram uma suposta "larga demora" dos cartórios eleitorais no credenciamento dos representantes que recolheriam as assinaturas de apoiamento, uma greve no Poder Judiciário e um "rigoroso procedimento de reconhecimento de firma" que, juntos, poderiam atrasar a viabilização do partido e comprometer os projetos políticos da sigla em 2012." (http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/tse-comeca-julgamento-do-pedido-de-registro-do-psd,5aedcc00a90ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html) . Só que o PSD juntou quase um milhão de assinaturas, para ver reconhecidas " apenas" 519 mil. Marina perdeu por fraqueza política, não por causa de alguma conspiração.
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