terça-feira, 9 de agosto de 2011

Conselheiros propensos a pedir licença de presidente da OAB

Está no forno um pedido formal, explícito, objetivo e contundente para que o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará, Jarbas Vasconcelos, se licencie do cargo.
Se o documento for mesmo protocolado, terá as assinaturas de ninguém menos que os conselheiros federais - mas não todos, vale ressaltar - titulares e suplentes da entidade.
Os signatários se sentem mais do que liberados para assinar a manifestação porque automaticamente vão se declarar suspeitos para deliberar na sessão do Conselho Federal que vier a votar o relatório da comissão de sindicância instaurada para apurar o angu em que se transformou a venda de um imóvel da Subseção de Altamira para o advogado Robério D'Oliveira.
O que inspira os conselheiros federais - não todos, vale ressaltar mais uma vez - a proporem o licenciamento do presidente é a revelação de que a advogada Cynthia Portilho Rocha, autora confessa da falsificação da assinatura do vice-presidente da Ordem, Evaldo Pinto, teria declarado com todas as letras, nos esclarecimentos que prestou à comissão de sindicância federal, que Vasconcelos teve pleno conhecimento da prática desse ilícito ainda no dia 29 à noite, quando o Conselho Seccional se reuniu para dar as cifras finais no marcador referente à venda do imóvel.
Como os esclarecimentos de Cynthia Rocha e dos demais ouvidos são de caráter sigiloso, não se tem como provar que ela de fato disse o que lhe atribuem ter dito.
Mas pessoas insuspeitas, algumas sem ligações com grupos dentro da OAB, têm garantido ao Espaço Aberto nos últimos dias, que essa declaração de Cynthia Rocha consta mesmo do material colhido pela sindicância que veio a Belém.
E por entender que a veracidade de tal fato é indubitável é que conselheiros federais - não todos, diga-se pela terceira vez - se sentiram motivados a formular o pedido para que o presidente da Ordem se licencie, enquanto estiverem em curso as investigações que se processam tanto no âmbito do Conselho Federal como na Polícia Federal, que está com um inquérito em andamento.
O documento dos conselheiros, que já está praticamente pronto, seria entregue na OAB do Pará no início desta semana. Mas alguns eventos, entre eles o falecimento do jurista Joaquim Lemos Gomes de Souza, que tem o corpo velado desde ontem nas dependências do prédio da Ordem, de onde sairá para o sepultamento hoje à tarde, levaram os conselheiros a recuar.
Mas o recuo não é definitivo.
É provisório.
E o documento pode ser entregue a qualquer momento.

9 comentários:

Anônimo disse...

A propósito,gostaria já na próxima eleição de ter o direito de escolher como advogado DIRETAMENTE os membros da diretoria do Conselho Federal, que, ainda e lamentavelmente, contra todos os avanços da democracia, continua sendo escolhida indiretamente pelos conselheiros federais. Ou seja, a gente escolhe diretamente a diretoria e conselho seccional, em cada Estado, mas fica abortado do direito de escolher DIRETAMENTE os que vão compor a Diretoria do Conselho Federal. Isto não pode continuar.É um contra senso contra a verdadeira democracia...

Anônimo disse...

Os conselheiros federais da oAB paraense foram votados e escolhidos pela categoria e lá em cima, depois de eleitos, fazem nova eleição e escolhem a diretoria. Não vejo afronta à democracia não!

Anônimo disse...

Queridissimo,
A nota já foi até divulgada na imprensa....

Anônimo disse...

Tem razão o anônimo das 11. A suposta manifestação dos conselheiros federais já está publicada em um jornal de hoje, apesar de nenhum dos subscritores ter sido ouvido pelo jornalista que divulgou o assunto e a despeito de tratar-se de correspondência resguardada pela confidencidalidade e nenhuma decisão ter sido tomada sobre o assunto. A história é construída sobre a versão dos vencedores; o revisionismo histórico, sobre a versão dos derrotados; porém o jornalismo deve, ou deveria, ser construído sobre fatos.

Anônimo disse...

Quem tem medo da escolha direta também da diretoria nacional pelos advogados em geral? Qual é o problema de escolher diretamente?

Anônimo disse...

até que enfim os conselheiros federais começaram a agir.

Anônimo disse...

Pois é... deu na imprensa.Mas será que deu entrada no Conselho Federal? Já está passando da hors desse cara rasgar da OAB.

Anônimo disse...

Agora vai ou racha!

Anônimo disse...

Pois é... não foi nem rachou (a OAB). Continua tudo como dantes.