quarta-feira, 2 de junho de 2010

Na política, tal como as birutas de aeroporto

Vejam vocês como são as coisas.
Vejam vocês como é a política.
Vejam como política é igual àquelas birutas de aeroporto: num momento, estão viradas para um lado, no momento seguinte estão viradas para o lado oposto.
Cliquem aqui.
Leiam essa postagem no deputado Carlos Bordalo (PT).
O título, como veem, é: Parsifal confirma que acordo PMDB-PT está praticamente fechado.
Pois é.
A postagem foi feita no dia 27 de maio, uma quinta-feira.
Pois é.
Na mesma quinta-feira à noite, o PMDB selava o lançamento da pré-candidatura do deputado Domingos Juvenil ao governo do Estado.
Por isso é que o blog, muitas vezes, ressalta: as coisas, na política, são assim hoje, no dia tanto de tanto do ano tanto.
Amanhã, no dia tanto de tanto, pode mudar tudo.
Tudinho.
É assim.

4 comentários:

Anônimo disse...

Mas o Bordalo escreveu isso aqui depois, que tem mais validade que o anterior:

O verdadeiro cenário aberto por Domingos Juvenil
Pelo que tenho lido nos jornais e nos blogs, a candidatura do presidente da ALEPA, Domingos Juvenil, do PMDB, ao governo do estado, está sendo tida e havida como um grande enigma.

Não que política seja coisa simples - não é e não poderia pela sua natureza - mas creio que não existem tantas coisas assim entre o céu e a terra. Vejamos:

1 - O deputado Juvenil apoia Dilma e, no Pará, sua candidatura está dentro da tática "marchar separados e golpear juntos" (há várias maneiras de uma aliança se expressar). No caso, no segundo turno, a candidatura do PSDB. Os tucanos estão fora do arco de aliados dos peemebistas do Pará, que são lulistas desde de sempre e parceiros de primeira hora da candidata do presidente.

2 - Quem vai para o segundo turno? Pelo menos, segundo a pesquisa divulgada na Folha de São Paulo, está claro que a governadora está garantida, pois é líder nas pesquisas e sua rejeição despencou, conforme dizia aqui no blog que iria acontecer quando a popuação começasse a conhecer o governo com "nomes e números" de obras e a concepção destas.

3 - A candidatura do deputado Juvenil não concorre com a da governadora Ana Júlia e sim com a do ex-governador Simão Jatene, tirando votos importantes do tucano, contribuindo para, uma vez perdida a eleição, varrer o PSDB do mapa da viabilidade político-eleitoral no estado por muitos anos. Inclusive, Almir Gabriel, todos sabem, abertamente não deseja fortalecer Jatene e um PSDB, para ele, subordinado dos interesses de São Paulo (José Serra) e da Vale. Gabriel fala, inclusive, em votar em Dilma ou Marina. Diz que ele participou desse acerto com Jáder.

4 - O deputado Jáder fez o que sempre se propôs: candidatar-se ao Senado, a partir de um bom acordo com o PT. João Batista, Paulo Rocha, Everaldo Martins, Zé Eduardo Dutra, Alexandre Padilha, Ana Júlia e Zé Dirceu, tratando com Jáder, conquistaram a vitória do entendimento político e da aliança programática.

5 - A saída de Jáder da disputa, faz com que pelo menos 2/3 de seus votos migrem para a governadora, segundo pesquisa que fiz no Círio (para bom entendedor...), bem como esta, após a consolidação da opção pelo Senado, tende a receber boa parte dos apoios de prefeitos do PMDB já no primeiro turno.

6 - Para melhorar a situação, PTB e PR devem compor a chapa da governadora. Não apostem no contrário.

Esse é o verdadeiro cenário posto.

Os que, falando por porta-vozes, buscando descrenciar a coordenação política que viabilizou esse cenário favorável - com a governadora crescendo nas pesquisas, tomando a iniciativa política que lhe cabe sem interlocutores, agregando desgarrados por inúmeras razões - manipulando sinais da conjuntura para tentar recuperar desgastada imagem pública, cabe refletir sobre a seriedade do que dizem, afinal, "mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira".

Anônimo disse...

O anônimo das 8:37 anda tomando, ao que parece, conhaque no café, pois considera que 2/3 dos votos do Jáder - ou do candidato dele, Juvenil - migraram, automaticamente, para a governadora Ana Júlia, segundo pesquisa (?) feita durante o Círio de Nazaré.

Afirmações desse jaez têm que ser feitas com base em dados empíricos; do modo como foram feitas, só dá para imaginar que o "analista" as fez depois de tomar café com conhaque logo ao nascer do dia...

Anônimo disse...

O que esse Bordalo fala e escreve tem a credibilidade de...não sei.

Ô Borda, e com todo esse "tórrido romance político-erótico" do outrora puro PT com o então famigerado PMDB paraense, pergunta-se:
como fica a afirmação do 1º ministro e vice-rei Puty de que "o PMDB reune a escória da política do Pará", hein??!!

Bia disse...

Bom dia, caro Paulo:

Não nos conhecemos pessoalmente – a Simone ficou de acertar um encontro nosso pra eu conhecer você. Vou cobrá-la! - mas você está no rol dos meus indispensáveis camaradas!

Suas análises e comentários me chegam mais como uma conversa de parceiros de esperanças do que como palavras de um articulista de blog. E daí, vez em sempre, tenho vontade de conversar.

A cada ano, a cada dia, vejo um Pará refém da sua grandeza, prisioneiro da sua riqueza , que despreza suas inteligências, que menospreza sua história pregressa de cabano, que permite e aplaude que uma liderança importante como Jader Barbalho o foi na década de 80 transforme-se num genérico do ACM ou do Sarney, sem a eficácia dos produtos originais.

Dias atrás passei por Natal e João Pessoa. Cidades limpas, estruturadas, onde o turismo – mais em Natal do que em João pessoa – tem tentáculos fortes que mantém a economia local vicejante. Como resolvemos ir até Campina Grande, acabei caindo na BR-230, um número que me soou familiar, mas que levei um tempo para vincular à Transamazônica.

Camarada Paulo: a vontade foi sentar no meio fio da estrada e chorar. Camadas de concreto sendo recobertas pela camada asfáltica. Meio fio, drenagem, pistas duplas. Fazia sentido ali ela ser apenas a BR-230. A Transamazônica estéril, infecta, enlameada, abandonada é mesmo só nossa.

Daí, ontem, buscando um arquivo que não esse, acabei descobrindo um guardado, de uma decisão do STJ pela não prescrição do processo contra Jader Barbalho “versus” Banpará. O moço tem que se virar até 2017! Seja como Deputado Federal ou, hipótese provável, como Senador. Acabei esquecendo o que me levara à pesquisa inicial e fiquei, de novo, pensando neste Pará de fados tão soturnos.

Uma eleição que, na minha avaliação só tem como exceção Simão Jatene e suas qualidades, nos remete ao destino refém: nosso ACM ao tucupi, a ímproba Governadora Ana Júlia, a influência (?) do oftamologista que nos cega em Belém, os satélites que giram em torno deles. E acabei acordando hoje com uma péssima sensação: perdemos o trem da história e agora, no último vagão, ficamos na janelinha gritando pro moleque trazer um biscoito de polvilho e uma garrafinha de água.

Abração, camarada. Vou mesmo cobrar a Simone ou a Tania.