Ao que tudo indica, não bastarão apenas as explicações técnicas – e circunstanciadas – de técnicos do governo, para convencer os parlamentares a aprovar o empréstimo de R$ 366 milhões que o governo Ana Júlia pretende contrair junto ao BNDES.
É evidente que, no discurso corrente, a razão mais óbvia, mais plausível e objetiva apresentada pelos que resistem ao empréstimo é a de que os deputados não sabem ao certo em quê, onde e como os recursos serão aplicados.
No fundo do fundão, porém, uma outra razão perdura – e está não será abertamente exposta, por razões mais do que óbvias: trata-se do dividendo eleitoral.
O PMDB, que avalia concretamente a possibilidade de lançar um candidato próprio ao governo do Estado em outubro – em verdade, praticamente já se decidiu –, sabe perfeitamente que os R$ 366 milhões vão adubar as hortas de Ana Júlia aí pelo interior.
E está certo de que essa conversa de que o empréstimo beneficiaria indiretamente todos os parlamentares não passa disto mesmo: de conversa.
De conversa fiada, se quiserem.
E agora, no estágio de pré-campanha em que todos se encontram, conversas fiadas são detectadas remotamente.
Então, é preciso que emissários do governo se esmerem na conversa.
Para que não pareça tão escancaradamente fiada.
Um comentário:
Sem paixões política: aprovar um empréstimo junto ao BNDES mesmo sendo do lado do Governo é difícil. Ter uma herança de poucas dívidas herdadas dos tucanos não é para qualquer estado brasileiro. E agora alguns deputados estão chantageando o Governo sob falso argumento de que não sabem onde serão aplicados. Abram os processos do BNDES e virão onde serão aplicados os recursos. O Pará precisa desses recursos para investimentos porque o nível de endividamento é baixo. Deputados chantagistas vocês estão prejudicando o próprio Estado!
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