O poder cega! ...Ou deixa você caolho, ou vesgo!

A professora Edilza Fontes publicou em seu blog, sob o título acima, postagem em que contesta comentário do verde Zé Carlos Lima.
Também em seu blog, Zé Carlos, que já foi petista, teceu considerações sobre as mudanças que serão operadas na Casa Civil, a partir de 1º de março, incluindo a nomeação de Everaldo Martins Filho para substituir Cláudio Puty.
Na postagem, Zé Carlos não apenas critica as mudanças como senta a pua em Jader Barbalho.
Abaixo, os comentários da professora, petista histórica e ex-diretora da Escola de Governo do Pará (EGP) na gestão Ana Júlia, rebatendo as críticas de Zé Carlos.

--------------------------------------

Ontem, o Zé Carlos fez uma publicação no seu blog no mínimo muito desagradável. Começando pelo título, que usa uma crença popular que "todo poder é ruim e é revelador da alma humana". Estas crenças são ditos populares que servem para um discurso conservador que durante anos afastou os trabalhadores da politica. Ditos como "a política é coisa que não presta", "não se meta em política sem dinheiro", "todo político é mentiroso e corrupto". O texto de Zé Carlos tem este mote:"O Paulo Rocha é um péssimo político e para salvar uma possível eleição, mata até a mãe". No caso em questão "pisa nos companheiros e coloca em saia justa a governadora." Resultado ele é um "político que quer mais poder... poder, poder e poder."
Primeiro, o poder não é algo que está fora das nossas vidas e não localizado, somente nas relações com o estado. O poder está em toda parte. O poder é uma relação construída por pessoas. Este é o xis da questão. Ninguém constroi relações de poder sozinho. Paulo Rocha e o PT não construíram relações com a governadora de forma unilateral.
Zé Carlos, o seu alvo foi muito certeiro, parece coisa encomendada. Não foi o deputado Paulo Rocha que dialogou, um diálogo tenso, conflituoso, mas, o partido que chegou a um acordo. Portanto, Zé Carlos, o resultado não é da vontade do deputado Paulo Rocha que quer cada vez mais poder. Respeite uma decisão partidária do PT. Por que digo uma posição do PT?. Porque ela foi expressa quando o Diretório foi eleito, onde em sua primeira reunião não concede ao secretário Cláudio Puty o cargo de primeiro vice-presidente. É um acordo saído para resolver uma situação conjuntural, grave no meu entendimento, e que diz respeito ao nosso partido e a sobrevivência política do nosso projeto para o Brasil.
Sabemos que política se faz com aliados e projetos de políticas públicas. Para continuar governando o Brasil e o Pará, o PT que tem demonstrado no exercício do poder ter desenvolvido políticas públicas para o nosso povo excluído, quer e acha imprescindível a aliança com o PMDB.
O PT escolheu aleatoriamente seu aliado? Não!! O aliado foi escolhido por parte do povo que votou nele e deu a ele representação politica para ser o aliado desejado. O PT faz esforços para estabelecer esta aliança no Pará. Se para garantir a aliança se fez necessário ajustes no governo, para que as conversas obstruídas se reestabeleçam, faremos as mudanças.
O PT é um partido com vida, com mediação e com militância. Você sabe Zé Carlos que se o acordo fosse algo não aceito, hoje teríamos muita desordem e muito questionamento, públicos inclusive, para desobedecer a ordem. Já fizemos isto contra a direção partidária e elegemos Luísiane para prefeita de Fortaleza, para ficar só neste exemplo.
O PT tem o direito sim de chamar a governadora e pedir a saída de qualquer secretário. É o seu nome, a sua história, junto com a dela que está em jogo. Ela atendeu não porque foi obrigada, mas por entender os motivos expostos pela direção partidária e vendo que todos querem continuar com o mesmo projeto.
Zé Carlos, você ficou vesgo ou não entendeu ainda que as relações não são do deputado Jader Barbalho com o deputado Paulo Rocha e sim do PMDB com o PT. Ninguém está se deixando usar pelo deputado Jader, não há motivações para criar dificuldades para a governadora, o que o PT quer é acabar com as dificuldades e reelege-la. Acabar com as dificuldades de entendimento entre o PT e parte da base aliada.
No PT, a boa técnica é instrumento da boa politica. Se para garantir o projeto e facilitar as negociações, temos que mexer em um secretário, vamos mexer . A governadora dá sempre a última palavra. Ela é mulher de partido e sabe que o melhor é estar com o coletivo.
O PMDB também não criou dificuldades do nada. Elas foram se estabelecendo e chegou o momento de mudar para garantir o projeto. O projeto do PT.
A Casa Civil passou este tempo todo com indicação de nomes da governadora e petistas, agora serão petistas que assumirão a Casa Civil, como outras pessoas de outros partidos já assumiram cargos políticos no governo Lula de representação, no senado, no ministério das relações institucionais só para dar alguns exemplos.
As nomeações são politicas, são feitas para desenvolver tarefas especificas, para garantir uma pauta do partido em beneficio da população.
Você não fala em nome de PSB, PC do B, PDT e PRB. A aliança que vocês montaram é para garantir uma ou duas vagas para deputado federal e não constitui um bloco partidário. Para dar um exemplo você e o PV apoiarão a Marina Silva e no Pará você vai ficar enrolado para fazer campanha para Ana Júlia. Não venha falar das nossa ações. Você não tem a autoridade politica para fazer estas críticas.
O tom de ameaça na sua blogagem, de que o voto para o Senado pode não ser para o Paulo Rocha não seria surpresa se você pedisse votos para os senadores do Jatene, aliás você até a eleição passada estava lá.
Se lhe incomoda tanto o fato do Everaldinho ser irmão do Carlos Martins, candidato a deputado federal, não lhe vi esperneando pelo fato do Claudio Puty ser candidato ao mesmo cargo que você. Ele poderia? O Everaldo que é irmão, não? Parece, Zé, que outros acordos já tinham sido feitos e agora você é que está temeroso deles serem rompidos.
Por fim, lhe dou uma sugestão: faça da sua campanha um elemento de denúncia das mazelas dos governos de Jader Barbalho, mas não esqueça nunca de lembrar que você calou para os acordos feitos entre PMDB e PSDB inclusive para garantir a eleição de Simão Jatene do qual você foi chefe da Casa Civil.