domingo, 7 de fevereiro de 2010

O amadorismo apurado

Sai ano, entra ano...
Sai campeonato, entra campeonato...
Sai uma penhora, entra outra penhora e tudo continua na mesma.
A gestão dos clubes paraenses não abandona mesmo o amadorismo.
Nem a pau.
Aliás, a tendência é inversa: a cada dia que passa, os cartolas reforçam o amadorismo.
Vocês mesmo viram agora, com esta novela em que se transformou o Re-Pa, enfim confirmado para logo mais, no Mangueirão, por uma decisão – errada, no entender do blog – de Sua Excelência a desembargadora Raimunda do Carmo Gomes Noronha.
Pois é.
Quem acompanhou essa novela pôde perceber o desespero, a exasperação, a irritação dos dirigentes de Remo e Paysandu.
O que alegavam, basicamente?
Quem cancelar o clássico deste domingo desencadearia sobre os clubes uma hecatombe financeira.
Por quê?
Porque os clubes continuam absolutamente dependentes da bilheteria para saldar seus compromissos.
Que coisa!

Um comentário:

Anônimo disse...

Prezado PB,

Escrevo para dizer que estou plenamente de acordo com o ponto de vista externado pelo ilustre jornalista.
E acrescento mais: os dois episódios - isto, o da liminar concedida pela Presidência do TJD no Pará e o do ajuste decorrente do TAC do MPE, ambos atropelados pela FPF e agremiações - demonstram, sem qualquer dúvida, que, para os dirigentes da instituição FPF e das agremiações envolvidas no certame, o que importa não é o interesse do torcedor ou um tratamento de consideração igual entre as equipes participantes ou interessadas no certame.
Não!!! O que interessa, sobretudo, é socorer os mal administrados Remo e Paysandu; assim, com a ajuda escancarada da FPF, o tilintar das moedas se sobrepõe aos princípios da Justiça, em suma, se sobrepõe aos interesses do torcedor, destinatário final do produto futebol.
Por conta dessa inversão de princípios e de valores, o que se vê hoje é a instauração da anarquia institucional, ou seja, todos falando e quase ninguém se entendendo.
Percebo que nem mesmo a imprensa consegue compreender, afinal, a extensão de toda a crise que se vive no futebol paraense.
Lamentavelmente, como vc bem disse, entra ano, sai ano, e pouco ou nada muda.
Só haverá mudança significativa quando os clubes, sobretudo Remo e Paysandu, se organizarem de modo profissional. E, de outro lado, a Federação Paraense de Futebol, como instituição que organiza os certames, precisa entender que sua missão não é socorrer os clubes grandes ou poderosos, mas proteger os interesses do torcedor, o que somente se faz respeitando os princípios da Justiça, que, afinal, antecedem aos interesses econômicos. Interesses que foram atropelados, como vc bem vislumbrou.
Um dia, a casa cai do jeito que a coisa vai.
É só esperar para conferir.