No AMAZÔNIA:
Dois jovens ainda não identificados foram encontrados mortos, baleados na cabeça, ontem de madrugada, no final da Estrada do Aurá, em Ananindeua. Os corpos estavam à altura do loteamento Girassol, uma área de difícil acesso, chão batido e muita piçarra. A maioria dos moradores da área não quis comentar os crimes. Apenas um admitiu ter escutado som de tiros, por volta de meia-noite e meia. A polícia trabalha com a hipótese de vingança ou de acerto de contas, mas ainda não há suspeitos.
Apesar de os rapazes terem sido assassinados, provavelmente, de madrugada, o fato só foi comunicado à polícia por volta das 6h30, quando alguém telefonou para o número 190, do Centro Integrado de Operações (CIOP). O sargento PM Roberto, da 14ª Zpol, esteve no local onde fora achados os corpos. 'Ninguém os reconheceu. Dizem que não são aqui da área. Ainda não temos praticamente nada sobre esse duplo homicídio. Nem os nomes das vítimas', lamentou o sargento.
Os desconhecidos estavam descalços e sem camisa, usando apenas bermudas pretas. Baleados na cabeça, eles foram abandonados de bruços, com os rostos voltados para o chão. Ambos são de estatura mediana e têm cabelos pretos e curtos. Um deles é magro e moreno, enquanto o outro é pardo e forte.
Por terem sido duas vítimas, acredita-se que mais de duas pessoas estejam envolvidas. Também é quase certo que os assassinos tenham chegado ao local de carro, já que trata-se de uma área isolada. Próximo dos corpos foram recolhidos três cartuchos de munição deflagrada. O material será periciado para que se possa definir o calibre.
Comenta-se que, por ser uma área de pouco movimento, o local é frequentemente utilizado como ponto de 'desova' de pessoas assassinadas em outras áreas ou como local próprio para execuções. 'Essa parte da Estrada do Aurá é rota apenas das caçambas que vão para o lixão (Aterro Sanitário do Aurá). Quando a gente vê carro pequeno passar por aqui já acha suspeito. Ainda mais aqui nessa parte, que é só piçarra e quase não têm casas', revelou um dos moradores que, mesmo sem dar qualquer informação sobre os crimes, preferiu não divulgar seu nome. 'Aqui, até calado a gente corre risco de morrer. O que dirá falando!', desabafou, em voz baixa.
Apenas uma das pessoas que estavam no local admitiu, numa conversa com outro morador, ter escutado os sons dos tiros. 'Era, mais ou menos, meia-noite e meia. Não dá para ter certeza, mas acho que foram uns seis tiros', disse ele, encerrando a conversa, quando foi abordado pela equipe de reportagem. 'Você me desculpa, mas prefiro me calar. Isso aí, só Deus mesmo...', falou, apontando para os cadáveres e saindo do local apressado.
O caso foi registrado na Seccional de Ananindeua, mas deve ser encaminhado para a delegacia do Aurá, para abertura de um inquérito policial. Os corpos, ainda na condição de 'sem identificação', foram levados para o Instituto Médico Legal (IML), onde passarão por exames necroscópicos e, depois, ficarão guardados à disposição de possíveis familiares que possam reconhecê-los.
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