No AMAZÔNIA:
A proliferação do vírus H1N1 mudou o clima de volta às aulas na capital paraense. Alguns diretores de escolas particulares resolveram adiar o retorno dos estudantes para a próxima semana. Já a maioria que optou por cumprir normalmente o calendário escolar, tomou uma série de medidas com o intuito de prevenir a contaminação de seus alunos, como a distribuição de panfletos informativos e realização de palestras para orientar pais e professores. Até médicos foram contratados para auxiliar na semana de retorno às aulas. Em um dos colégios, um estudante voltou para casa por apresentar sintomas de gripe. Enquanto isso, nas escolas públicas a realidade era outra. O medo de contrair a nova gripe não foi o principal motivo das faltas, mas sim a escassez de informação. Muitos alunos imaginavam que, assim como em alguns colégios particulares, a retomada das aulas na rede estadual também seria adiada. Resultado: salas de aula vazias e estudantes dispensados.
Na Escola Estadual Deodoro de Mendonça, por exemplo, dos 1.400 alunos matriculados, cerca de 200 compareceram ontem. 'Alguns professores encontraram as salas vazias. Tivemos uma sala com seis alunos e foi a que deu mais gente', revelou o prof. Fernando Amoras, diretor geral da Deodoro de Mendonça, que dispensou os estudantes por volta das 9h30. Antes, porém, Fernando fez a tradicional palestra de retorno às aulas aos que estavam presentes.
Situação parecida foi vista na Escola Estadual José Veríssimo, onde a maioria das turmas foi liberada mais cedo. Muitos pais ainda ligavam pela parte da manhã para saber se as aulas tinham começado. 'Mas ninguém ligou preocupado com a gripe', garantiu a diretora geral Cleoneide Lobato. Segundo ela, até agora não foi repassada nenhuma orientação pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) ou Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) em relação a prevenção do vírus H1N1. 'Por isso não tivemos nenhuma postura imediata', explicou.
Enquanto nas escolas públicas muitos alunos faltaram por falta de informação, nos colégios particulares onde o calendário foi mantido, as salas ficaram cheias, mas o medo tomava conta de muitos pais, professores e diretores. 'Eu perguntei para a coordenação se eles vão fazer algum tipo de vigilância para prevenir a doença. As crianças gripam sempre, então a gente não tem como saber se é a gripe normal ou não', disse Suely de Fátima Damasceno, que matriculava os filhos Francisco, de 9 anos e Juliana, de 12 anos, no colégio Gentil, onde as aulas começaram normalmente ontem.
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