quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Professores protestam contra demissão de coordenadora

No AMAZÔNIA:

A demissão da professora Ester Dias, que coordenou o Sistema de Organização Modular de Ensino (Some), da Secrearia Estadual de Educação, desde 1981, gerou protesto por parte dos professores ligados ao trabalho de Ester na Secretaria. Os manifestantes estiveram ontem na frente da Secretaria de Educação para cobrar providências contra a decisão tomada pelo diretor de Ensino Médio e Educação Profissional da Seduc, Ronaldo Lima. Os professores reclamaram da forma autoritária como Ester Dias foi retirada do cargo e do sucateamento da rede pública de ensino no interior do Pará. Logo depois, o grupo seguiu para o Palácio dos Despachos na tentativa de chamar a atenção da governadora Ana Júlia Carepa sobre o descaso com a educação paraense. Os protestos também aconteceram em outros municípios como Marabá e Santarém.
De acordo com o professor Jonas Santos, Ester Dias foi substituída por Raimunda Messias, que possui uma experiência de apenas oito meses no Sistema de Organização Modular de Ensino. Ele conta que a demissão da coordenadora 'foi uma jogada política'. 'E que essa é uma história que se repete. Quando a Rosa Cunha (ex-secretária de Educação) estava na Seduc, a educação era mais sucateada ainda. Agora, nós temos que viver nas mãos de pessoas que querem seguir o exemplo daquela gestão mal sucedida. O professor Ronaldo tirou a Ester do cargo sem nenhuma explicação', informou.
O professor Alessandro Ribeiro também falou sobre a contratação de trabalhadores temporários para o ensino modular. 'Eles contratam pessoas sem experiência para trabalhar em uma realidade totalmente diferente da capital. Tem professor que morre ao contrair doenças características de determinada região. Mas, para a Seduc, ter profissionais sem vínculo empregatício é bem mais vantajoso', explicou.
Salário - Os professores do ensino modular têm que cumprir uma carga de trabalho de 200 horas ao mês. Para isso, eles recebem um salário base de R$ 800, além de outras gratificações para auxiliar nas viagens e hospedagem. Cada um, fica cerca de dois meses em determinado município paraense. 'As pessoas que pensam que nosso salário é alto, mas esquecem que nós deixamos nossa família todos os meses, que trabalhamos em condições subumanas', disse a professora Clara Nazaré, que também teme pelo atraso do ano letivo para os alunos do interior. A data oficial para reabertura das aulas é dia 16 de fevereiro.

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