terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Professores caloteados pelo Estado vão hoje ao MPE

Vocês pensam que é apenas a Prefeitura de Belém que não tem pejo, não tem vergonha, não tem acanhamento de confessar abertamente seus calotes, em absoluto e franco desrespeito à Justiça?
Não é.
Pensam que é apenas o governo do Estado que deve, não nega e paga quando puder, ainda que decisões há muito transitadas em julgado o forcem a pagar agora e já aquilo que efetivamente deve?
Não é.
O calote, ao que tudo indica, passou a ser a regra, quando deveria ser exceção – ou nem deveria existir.
Mas passar calote virou regra.
Agora, são 15 professores, exatamente 15, que estão sendo impiedosamente, escancaradamente caloteados pela Secretaria de Segurança Pública.
Em dezembro do ano passado, o blog já havia informado que toda essa turma, contratada para preparar voluntários que trabalhariam no Fórum Social Mundial (FSM), encontrava-se naquela ocasião há cinco meses sem receber um tostão. Não recebiam, portanto, desde agosto.
Quando se apresentavam ao caixa para receber o que lhes era devido, ouviam a informação de que o dinheiro sairia depois do FSM.
Pois é.
Acabou o Fórum.
Já estão marcando até outro para 2010, sabe-se lá onde.
E até agora, desde agosto do ano passado, os professores ainda não viram a cor do dinheiro.
Cada um é credor, em média, de R$ 6 mil.
Ontem, um grupo foi à Segup perguntar mais uma vez sobre o pagamento.
Em vez de receberam informações, receberam grosserias.
Não suportam mais.
Para hoje, marcaram um encontro com a promotora dos Direitos Constitucionais, Graça Cunha.
Vão relatar a ela, passo a passo, o calote de que são vítimas.
E vão pedir que o Ministério Público intervenha, o quanto antes, para que recebam o que lhes é devido.
Porque calote, no bolso dos outros, é refresco.
Não deveria ser.
Mas para o município e para o governo do Estado, parece que é.

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