No AMAZÔNIA:
Com aproximadamente 12 mil brincantes, saiu às ruas, ontem de manhã, o Cordão do Peixe-Boi, bloco de carnaval puxado pelo grupo Arraial do Pavulagem. Os foliões deixaram a concentração, na escadinha da Estação das Docas, por volta das 11h, e seguiram rumo à praça do Carmo, na Cidade Velha, bairro central de Belém, em uma caminhada puxada por um ritmo bem diferente daquele dos blocos carnavalescos. 'Quando surgiu, há sete anos, a proposta do Cordão do Peixe-Boi era fazer um carnaval diferente, bem amazônico', explicou Ronaldo Silva, um dos comandantes do Arraial do Pavulagem.
Um dos momentos mais esperado pelos foliões, e que marca a saída do Cordão, é a chegada do peixe-boi à concentração. O animal, que dá nome ao bloco, é confeccionado em tecido e chega até a escadinha de barco, pela Baía do Guajará, onde é recepcionado pelos integrantes do Batalhão de Estrelas, a 'bateria' do bloco. Para os participantes, o carnaval sem samba ou marchinhas tradicionais não é problema. 'Somos fãs incondicionais da cultura amazônica e poucos representam isso tão bem quanto o Arraial do Pavulagem. A gente faz questão de participar de todos os eventos que eles promovem e no carnaval não poderia se diferente', asseguram as irmãs Marina e Mariana Trancoso. 'Em Salvador tem o axé; em Recife, o frevo e o maracatu, e, em Belém, tem o Arraial do Pavulagem', completa o professor Maurício Maués.
Como a proposta do Cordão é também ecológica, em meio aos brincantes uma equipe fica responsável por recolher todo o lixo produzido pelos foliões. 'O peixe-boi é um dos símbolos da preservação ambiental e não foi escolhido para representar o cordão à toa. Nossa proposta é brincar, mas também chamar atenção das pessoas para a importância de preservar o meio ambiente. Afinal, nós vivemos na Amazônia, temos que ser os maiores interessados em cuidar disso aqui', defendeu Ronaldo.
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