segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Os melhores momentos de Jarbas Vasconcelos

Nunca antes, na história deste País, um peemedebista falou tão mal do PMDB – e com tamanha contundência – que o senador pernambucano Jarbas Vasconcelos (na foto da Agência Senado), na entrevista que concedeu à revista Veja.
Nunca antes, na história do PMDB, um peemedebista falou detonou tanto o PMDB e a classe política em geral.
Abaixo, os melhores momentos de Jarbas durante a entrevista.
Melhores momentos que representam, é claro, os piores do PMDB e da classe política, do Congresso e do governo Lula.

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“A eleição de Sarney [para a presidência do Senado] foi um processo tortuoso e constrangedor. Havia um candidato, Tião Viana, que, embora petista, estava comprometido em recuperar a imagem do Senado. De repente, Sarney apareceu como candidato, sem nenhum compromisso ético, sem nenhuma preocupação com o Senado, e se elegeu. A moralização e a renovação são incompatíveis com a figura do senador.”

“Sarney vai transformar o Senado em um grande Maranhão.”

Ele [Renan Calheiros, senador do PMDB de Alagoas] não tem nenhuma condição moral ou política para ser senador, quanto mais para liderar qualquer partido. Renan é o maior beneficiário desse quadro político de mediocridade em que os escândalos não incomodam mais e acabam se incorporando à paisagem.”

“Hoje, o PMDB é um partido sem bandeiras, sem propostas, sem um norte. É uma confederação de líderes regionais, cada um com seu interesse, sendo que mais de 90% deles praticam o clientelismo, de olho principalmente nos cargos.”

“Mas a maioria dos peemedebistas se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral. A corrupção está impregnada em todos os partidos. Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção.”

“Se eu sair daqui [do PMDB] irei para onde? É melhor ficar como dissidente, lutando por uma reforma política para fazer um partido novo, ao lado das poucas pessoas sérias que ainda existem hoje na política.”

“A favor do governo Lula há o fato de o país ter voltado a crescer e os indicadores sociais terem melhorado. O grande mérito de Lula foi não ter mexido na economia. Mas foi só. O país não tem infraestrutura, as estradas são ruins, os aeroportos acanhados, os portos estão estrangulados, o setor elétrico vem se arrastando. A política externa do governo é outra piada de mau gosto. Um governo que deixou a ética de lado, que não fez as reformas nem fez nada pela infraestrutura agora tem como bandeira o PAC, que é um amontoado de projetos velhos reunidos em um pacote eleitoreiro.”

“O marketing e o assistencialismo de Lula conseguem mexer com o país inteiro. Imagine isso no Nordeste, que é a região mais pobre. Imagine em Pernambuco, que é a terra dele. Ele fez essa opção clara pelo assistencialismo para milhões de famílias, o que é uma chave para a popularidade em um país pobre. O Bolsa Família é o maior programa oficial de compra de votos do mundo.”

“Há um restaurante que eu frequento há mais de trinta anos no bairro de Brasília Teimosa, no Recife. Na semana passada cheguei lá e não encontrei o garçom que sempre me atendeu. Perguntei ao gerente e descobri que ele conseguiu uma bolsa para ele e outra para o filho e desistiu de trabalhar. Esse é um retrato do Bolsa Família. A situação imediata do nordestino melhorou, mas a miséria social permanece.”

“A classe política hoje é totalmente medíocre. E não é só em Brasília. Prefeitos, vereadores, deputados estaduais também fazem o mais fácil, apelam para o clientelismo. Na política brasileira de hoje, em vez de se construir uma estrada, apela-se para o atalho. É mais fácil.”

“O pensamento típico do servidor desonesto é: ‘Se o PT, que é o PT, mete a mão, por que eu não vou roubar?’. Sofri isso na pele quando governava Pernambuco.”

“[...] É um erro a oposição subestimar a força de Lula e a capacidade de Dilma como candidata. Ela é prepotente e autoritária, mas está se moldando. Eu não subestimo o poder de um marqueteiro, da máquina do governo, da política assistencialista, da linguagem de palanque. Tudo isso estará a favor de Dilma.”

“Acredito muito em Serra e me empenharei em sua candidatura à Presidência. Se ele ganhar, vou me dedicar a reformas essenciais, principalmente a política, que é a mãe de todas as reformas. Mas não tenho mais projeto político pessoal. Já fui prefeito duas vezes, já fui governador duas vezes, não quero mais. Sei que vou ser muito pressionado a disputar o governo em 2010, mas não vou ceder. Seria uma incoerência voltar ao governo e me submeter a tudo isso que critico.”

Um comentário:

Anônimo disse...

Jarbas saiu da linha da mediocridade e da hipocrisia que todos, digo todos, os políticos transitam. Uns por achar que os meios jsutificam os fins, e outros porque são autênticos seguidores dessa política.
São palavras, as do Jarbas, de um político que cansou de andar nessa linha...
Ou você ajuda fazer uma política possível, ou ficará a mercê de suas consequências...
O Jarbas cansou de tentar fazer a política possível!!!