segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Dalcídio Jurandir - Centenário


Um dos maiores escritores paraenses foi Dalcídio Jurandir (na foto), nascido na ilha de Marajó a 10 de fevereiro de 1909. No seu centenário é re-editado pela UFPA um dos seus maiores livros “Belém do Grão Pará”. Esse livro é o quarto volume da série Extremo Norte de dez volumes escritos para traçar um painel memorialístico, etnográfico e imagético do Pará de outrora.
O subtítulo desse livro lançado inicialmente pela editora Martins podia se chamar “Os Alcântaras, a família gorda. Alfredo, o personagem-menino de “Chove nos Campos de Cachoeira “ e “Três Casas e um Rio” é trazido pela mãe para Belém do Pará , onde se hospeda na casa dos Alcântaras para estudar.
Esse personagem podia ser o próprio menino pobre Dalcídio que vem estudar em Belém no ano de 1922. As histórias da literatura brasileira reserva pouco espaço para esse importante escritor paraense nascido na lendária ilha de Marajó. Marájó de búfalos, mangueiras e uma das mais belas cerâmicas do mundo, com suas urnas funerárias, tartarugas, sapos e outros objetos ritualísticos. Marajó é outro grande livro escrito pelo Dalcídio Jurandir. Na opinião do crítico Fausto Cunha, é um dos maiores livros de toda a literatura brasileira.

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“Os romances de Dalcídio são um rico manancial sobre a grande região Amazônica, com suas crendices, lendas, igarapés, pomares, rios gigantescos, ilhas muitas e uma das mais ricas floras e faunas do mundo.”
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Aprendemos muito sobre a história , costumes e tradições através dos romances. Os romances de Dalcídio são um rico manancial sobre a grande região Amazônica, com suas crendices, lendas, igarapés, pomares, rios gigantescos, ilhas muitas e uma das mais ricas floras e faunas do mundo.
A vida do escritor Dalcídio foi muito sacrificada. Um menino tímido que vivia para ler e viajar. Foi sempre ligado ás causas populares. Um homem de esquerda que visita Moscou e o Chile, Por sua participação na Aliança Nacional Libertadora é preso durante dois messes. Na prisão não está só, pois consegue levar consigo o Dom Quixote, de Cervantes.
Ler o Dalcídio é conhecer um pouco mais no plano ficcional sobre a grande riqueza amazônica. Ficção que nos ensina muito sobre o povo, costumes e tradições dessa região mágica e ainda pouco conhecida dos brasileiros. Quem ama cuida. E uma forma de aprender e conhecer esse rico manancial é através dos seus escritores mais representativos.
Dalcídio Jurandir está entre os grandes escritores regionalistas brasileiro, e aproveitar o seu centenário para conhecer a sua rica literatura pode ser uma grande idéia.
Leia ainda os livros: Linha do Parque, Passagem dos inocentes, Primeira Manhã, Ponte do Galo, Os habitantes, Chão dos Lobos, As Profetas do Barranco, Arariúna e Ribanceira.

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JOÃO DA MATA COSTA é bacharel em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1976), mestrado em Geofísica pela Universidade de São Paulo (1981) e doutorado em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2001). Atualmente é professor adjunto IV da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

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